Os pagamentos em atraso do Serviço Nacional de Saúde (SNS) atingiram, em agosto, os 616,4 milhões de euros, o valor mais elevado dos últimos cinco anos, de acordo com dados oficiais divulgados pelo Portal do SNS e noticiados pelo jornal Público.
A subida ocorre poucas semanas depois de o Governo ter disponibilizado, em julho, um reforço extraordinário de 200 milhões de euros, destinado a saldar dívidas superiores a 90 dias relacionadas com a aquisição de medicamentos e dispositivos médicos.
O reforço teve um efeito imediato, mas efémero: em julho, o total de pagamentos em atraso desceu para 470,5 milhões de euros, menos 77 milhões do que em junho. Contudo, essa redução não se manteve nos meses seguintes, com os valores a voltarem a aumentar.
Para Xavier Barreto, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, o problema de fundo continua por resolver. “A verdadeira questão é o subfinanciamento crónico dos hospitais”, afirmou, em declarações ao Público. Segundo o responsável, o financiamento deveria ser estruturado de forma mais previsível e sustentada: “Mais vale garantir os fundos logo no início do ano do que injetar capital numa fase final, quando as dívidas já se acumularam.”