Resposta à Crónica do Público “Não há burqa capaz de cobrir a hipocrisia deste Governo”

É espantoso como certas vozes da esquerda conseguem transformar uma medida sensata numa tragédia cultural. A crónica publicada no Público tenta vender a ideia de que o Parlamento português proibiu o véu islâmico, como se estivéssemos a viver um ataque concertado à liberdade religiosa. Mentira. O que foi proibido não foi o hijab, nem o chador, nem a fé muçulmana. O que foi proibido foi o uso da burka e do niqab, que tapam completamente o rosto e impedem a identificação facial.

A proposta submetida pelo partido CHEGA a 17 de Outubro de 2025, não representa uma guerra contra a religião muçulmana, mas sim uma medida de segurança e de convivência social. Ninguém pode circular num espaço público com o rosto totalmente coberto, seja com uma burka, um gorro, ou com uma máscara. O princípio é o mesmo: numa sociedade civilizada, as pessoas devem ser identificáveis. Não se trata de um capricho, mas sim de um requisito básico para a vida em comunidade.

A autora tenta reduzir tudo a uma questão de “roupa”, como se estivéssemos a discutir um casaco ou um lenço de seda. Mas não, o que está em causa não é o tipo de peça de vestuário, é o símbolo que representa. Um símbolo de separação, de isolamento e, em muitos casos, de submissão. Porque uma mulher que é ensinada a esconder o rosto do mundo não está a ser protegida, está a ser apagada. O Estado Português fez aquilo que qualquer República responsável deve fazer: defender a igualdade, a segurança e a dignidade. Não proíbe a expressão religiosa, apenas traça uma linha entre o que é liberdade de culto e o que é ocultação de identidade. E essa linha é clara: a fé pertence à alma, não precisa de um pano para tapar a cara.

É curioso ver como a crónica defende o argumento do “respeito pela cultura”. Claro que devemos respeitar culturas diferentes, mas respeitar não significa impingir cada qual a sua. Se alguém escolhe viver em Portugal, deve compreender que há valores que sustentam esta nação: transparência, igualdade, e que o rosto descoberto é um sinal de confiança. Uma coisa é intolerância, outra bem diferente é civilização. Se alguém quer viver exactamente igual como vive no seu país de origem, então talvez o lugar certo seja o país de origem.

A narrativa de que esta lei “discrimina” é outra forma de manipulação e truque de linguagem. A lei aplica-se a todos, sem distinção de religião, origem ou sexo. Se um cidadão português decidir andar na rua com o rosto totalmente coberto, também será advertido. A diferença é que, quando se trata de religião, há sempre quem queira blindar tudo com o rótulo de “intocável”. E é precisamente aí que começa a manipulação da esquerda: transformar um problema de segurança e de integração num espetáculo emocional sobre “opressão cultural”.Em França, Bélgica, Áustria, Dinamarca e outros países europeus civilizados esta lei já existe há anos. Nenhum deles caiu em intolerância. Caíram, sim, aqueles que fingiram que relativizar tudo é sinónimo de progresso. A liberdade religiosa tem limites, como qualquer outra. E um desses limites é a necessidade de garantir que todos são responsáveis pelos seus actos.

Portugal não proibiu o véu islâmico. Proibiu a invisibilidade facial. E quem tenta transformar isto num ataque político só mostra o que realmente está em jogo: o desejo de impor um discurso único e de ódio, onde qualquer medida de bom senso é rotulada de “extremista”.

O CHEGA não se ajoelha perante dogmas importados, nem fecha os olhos em nome de um multiculturalismo que já provou ser o caminho mais rápido para a fragmentação social. Mostrar o rosto não é um ato de opressão, é um ato de cidadania. É dizer: estou aqui, faço parte e assumo quem sou. E é isso que diferencia uma sociedade livre de uma sociedade submissa. Por isso, sim, esta lei é necessária. E quem a critica por “intolerância” devia perguntar-se o que é realmente intolerante: exigir que se veja o rosto das pessoas, ou defender um costume que apaga as mulheres do mundo só porque algumas o fazem por opção.

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