A Europa atravessa uma transformação demográfica acelerada, marcada pelo crescimento da população muçulmana e pela diminuição do número de cristãos, segundo um relatório recente do Pew Research Center, centro de estudos norte-americano com sede em Washington D.C..
De acordo com o estudo, a população muçulmana na Europa aumentou 16% em apenas uma década, passando de 39 milhões em 2010 para 46 milhões em 2020. O principal fator identificado é a imigração oriunda de países de maioria islâmica, como a Síria, o Iraque e o Afeganistão, associada a uma taxa de natalidade mais elevada entre as famílias muçulmanas face ao restante da população europeia.
O relatório destaca que Suécia e Alemanha foram os países onde o crescimento foi mais acentuado. Na Suécia, a proporção de muçulmanos na população duplicou — de 4% para 8% —, enquanto na Alemanha subiu de 6% para 7%. O Pew associa este aumento às políticas migratórias mais abertas adotadas por ambos os governos ao longo da última década.
Outro dado relevante do estudo é a idade média dos muçulmanos europeus, atualmente nos 34 anos, significativamente inferior à média geral do continente. Esta diferença etária, segundo o Pew Research Center, poderá reforçar o peso demográfico e social desta comunidade nos próximos anos. Em sentido contrário, o número de cristãos na Europa continua a cair, enquanto a população sem religião registou um aumento de 37%, atingindo cerca de 190 milhões de pessoas.
Em países como o Reino Unido e a França, os cristãos deixaram de constituir a maioria, e nos Países Baixos os não crentes já predominam no panorama religioso. O relatório conclui que estas mudanças terão impactos profundos na identidade europeia, com reflexos esperados na política, na educação e na coesão social.
O Pew Research Center sublinha que a expansão do islamismo no continente, impulsionada por dinâmicas migratórias e diferenças de natalidade, alimenta um debate crescente sobre o futuro cultural e civilizacional da Europa.