Provedoria pede revisão de procedimentos no programa de apoio à eficiência energética

A Provedoria de Justiça defendeu hoje uma revisão dos procedimentos de candidatura ao programa que apoia intervenções em habitações para melhorar a eficiência energética, pedindo que sejam mais claros e as plataformas usadas mais acessíveis.

© D.R.

Num balanço do funcionamento do programa PAE+S 2023, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e que funcionou em regime de reembolso, a provedoria lembra as centenas de queixas recebidas e reafirma necessidade de garantir “maior rigor, clareza, simplicidade, eficácia e previsibilidade” na gestão destes apoios públicos.

A este respeito, sublinha tratar-se de um programa destinado exclusivamente a particulares, para aplicação em habitações próprias e permanentes.

A Provedoria realça que o programa evidencia problemas quanto à redação do aviso de abertura, alterações extemporâneas dos requisitos de elegibilidade, excessiva complexidade dos formulários e da documentação de apoio e deficiências na fundamentação das decisões.

Aponta ainda dificuldades de comunicação com os serviços responsáveis e “extrema morosidade” na análise e no pagamento das candidaturas.

Diz ainda que todos estes fatores contribuem para a perda de confiança e desmotivação das pessoas na participação em futuros programas, comprometendo os objetivos essenciais deste tipo de apoios, que visam estimular a economia e corrigir desigualdades sociais.

Sugere que se vá “além da intervenção casuística” tendo em conta a dimensão e a natureza dos problemas detetados, sublinhando que estes problemas não se verificaram apenas neste programa, mas foram igualmente já detetados noutros programas de atribuição de fundos e apoios.

Além de considerar que o processo de análise das candidatura era complexo e com muitas especificidades, contribuindo para que muitos candidatos tenham visto as suas candidaturas rejeitadas por não terem prestado as informações exigidas ou submetido os documentos corretos, indica que as instruções que constam no guia de apoio que foi criado são “demasiado detalhadas e pouco intuitivas”.

Lembra igualmente que, nalguns casos, os candidatos ficaram impedidos de corrigir algumas regularidades detetadas.

“Muitos dos lapsos ou incorreções resultaram de dúvidas legitimas sobre o preenchimento do formulário e do desconhecimento técnico relativamente a equipamentos cujas funcionalidades os candidatos não dominam – nem é exigível ou expectável que dominem”, afirma.

A Provedoria de Justiça lembra que alguns candidatos foram excluídos indevidamente por motivos não previstos e que houve défice na fundamentação de decisões finais.

Aponta igualmente falhas no apoio telefónico e no e-balcão e defende que a plataforma de submissão de candidaturas funcionava de forma pouco clara.

Finalmente, a Provedoria de Justiça critica a morosidade tanto quanto à apreciação de candidaturas, lembrando que o prazo para apresentação era 31 de outubro de 2024 e que a sua análise apenas começou em junho.

Critica igualmente a morosidade nos reembolsos, lembrando que, à data de hoje, ainda há 13.250 candidaturas submetidas há dois anos que aguardam reembolso.

Para melhorar futuros concursos, recomenda uma linguagem mais clara e acessível nos avisos e restante documentação disponibilizada, que se evitem respostas automáticas ou padronizadas, garanta recursos para responder em tempo útil, optando por procedimentos de candidatura mais simples.

Sugere igualmente alterações na plataforma, tornando-a mais intuitiva, acessível e adequada à diversidade de perfis de utilizadores.

Últimas do País

O tempo médio de espera nas urgências hospitalares é hoje de quase três horas para doentes urgentes e de 49 minutos para casos muito urgentes, de acordo com informação do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
A PSP registou, em 24 horas, 106 acidentes, dos quais resultaram dois feridos graves e 38 ligeiros, no âmbito da segunda fase da Operação Polícia Sempre Presente – Festas em Segurança, foi hoje divulgado.
A operação de Natal da PSP e GNR registou 15 vítimas mortais e 1.444 feridos, dos quais 89 em estado grave, na sequência de 4.847 acidentes de viação ocorridos entre 18 e 26 de dezembro.
Os distritos de Guarda e Castelo Branco vão estar sob aviso amarelo durante a noite devido à queda de neve, enquanto Faro tem o mesmo alerta para a tarde de hoje, mas devido à previsão de forte precipitação.
A Urgência Pediátrica do hospital de Évora está hoje a funcionar com equipa incompleta, o que pode provocar "tempos de espera mais elevados" para doentes sem referenciação, divulgou a Unidade Local de Saúde do Alentejo Central (ULSAC).
Cerca de 6.200 vítimas de violência doméstica têm atualmente teleassistência, conhecida como 'botão de pânico', indicou a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), que em 2026 assume a responsabilidade plena pelo sistema.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou hoje sob aviso amarelo as nove ilhas dos Açores devido à previsão de "precipitação por vezes forte" a partir da madrugada.
Os serviços de urgência de ginecologia e obstetrícia encontram-se hoje encerrados nos hospitais de Portimão, do Barreiro e de Abrantes, de acordo com a informação divulgada no portal do Serviço Nacional de Saúde às 08h30.
Os doentes classificados como urgentes no hospital Amadora-Sintra enfrentam hoje tempos de espera de quase 12 horas para a primeira observação nas urgências gerais, segundo dados do portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
A covid-19 e o recenseamento automático dos portugueses no estrangeiro desenvolvem para aumentar a taxa de abstenção nas eleições presidenciais, com 60,76% dos candidatos a não votarem em 2021, ano da reeleição de Marcelo Rebelo de Sousa.