“Levou à referenciação de milhares de URLs que levaram a material online perigoso e ilícito”, afirmou a Europol em comunicado, ao referir-se à iniciativa de combate à radicalização online.
O resultado inclui 5.408 links para conteúdo jihadista, 1.070 para conteúdo violento de extrema-direita e terrorista e 105 ligações para conteúdo racista e xenófobo.
“Esta ação conjunta destaca a complexidade de combater conteúdos terroristas, racistas e xenófobos online em plataformas de jogos e adjacentes a jogos”, acrescentou a Europol, especificando que os processos de criação e disseminação são “em camadas” e geralmente afetam várias plataformas.
O conteúdo pode ser gravado num jogo online (ou na função de conversação), alterado com jargão extremista violento, emojis sugestivos, cânticos ou música e, em seguida, disseminado numa rede social convencional, exemplificou mesma a fonte.
Nas semanas que antecederam o dia da ação, os peritos vasculharam várias plataformas amplamente utilizadas por jovens e adultos.
“Os utilizadores dessas plataformas de jogos e streaming podem encontrar uma variedade de conteúdo perigoso e violento”, alertou a Europol.
Os investigadores encontraram vários cenários, desde a encenação de ataques terroristas a tiroteios em escolas ou cenas de execução em jogos 3D. “Editam o vídeo com cânticos ou emojis sugestivos e disseminam-no em várias plataformas de media social habitualmente usadas para um alcance ainda mais amplo”, explicou a Europol.
“Outras plataformas relacionadas com jogos destinadas ao streaming são usadas indevidamente para recrutar menores em vários grupos extremistas e terroristas violentos ou para transmitir ao vivo ataques reais e até suicídio”, sublinhou a estrutura com sede em Haia, Países Baixos.
Os conteúdos foram encontrados em vários tipos de plataformas. Alguns permitem que os jogadores transmitam as jogadas em tempo real e interajam com a comunidade via chat ao vivo, enquanto outros hospedam vídeo sob chamada.
Também foi identificado conteúdo ilícito em plataformas comunitárias destinadas a facilitar a troca de dicas, notícias e discussões sobre videojogos.
“Por fim, existem plataformas híbridas ou especializadas que combinam streaming, recursos partilhados e opções de compra de jogos”, referiu a Europol.
Muitas contas nessas plataformas podem não ser imediatamente reconhecíveis como vinculadas a conteúdos problemáticos, enquanto algumas até apresentam nomes de utilizador e fotos de perfil com referências a terroristas.