A 4 de Novembro último, nos Estados Unidos da América, o pesadelo antecipado e receado tornou-se realidade: Zohran Mamdani, do Partido Democrata, ganhou a eleição para mayor (presidente da câmara) de Nova Iorque. E não é necessário um grande esforço de imaginação e/ou de reflexão para prever o significado e as consequências de haver alguém como ele a «mandar» numa cidade que é não só, e praticamente, a capital mundial do capitalismo mas também aquela que tem a segunda maior população judaica no Mundo (a seguir a Tel Aviv, em Israel)…
… Porque ele surge como uma corporização quase caricatural do «pior de dois Mundos»: muçulmano anti-semita que apoiou (ou não condenou) o ataque do Hamas em 7 de Outubro de 2023, autêntico comunista – apesar de se identificar como «socialista democrata» – que é céptico (e séptico) em relação à propriedade privada, adepto da tomada (seizing) dos meios de produção e da gradual confiscação de riqueza preferencialmente em zonas «brancas», defensor de um policiamento e de um sistema penal ainda mais enfraquecidos, e ainda da legalização da prostituição; o seu triunfo assentou principalmente em promessas de instituir mercearias públicas, congelar rendas e proporcionar acesso gratuito a jardins de infância e a autocarros. Hipocrisia também não lhe falta: menino rico e privilegiado sem qualquer experiência profissional efectiva, filho de um casal radical formado pelo professor universitário Mahmood Mamdani e pela cineasta Mira Nair, ambos com currículos não propriamente respeitáveis e recomendáveis, protagonizou festas luxuosas de noivado e de casamento no Uganda (onde ele nasceu) e no Dubai protegidas por segurança privada.
Se no final da campanha eleitoral algumas dúvidas ainda subsistiam sobre o carácter totalitário das posições políticas de Zohram Mamdani e até da sua personalidade, elas sem dúvida que se desvaneceram depois de se ouvir o seu discurso de vitória. Afirmou que «iremos provar que não há qualquer problema demasiado grande para o governo resolver, e nenhuma preocupação demasiado pequena para ele com ela se preocupar», algo com que qualquer utilizador da foice e do martelo certamente concorda, e que é o oposto da famosa definição de quais as palavras mais aterradoras da língua inglesa segundo Ronald Reagan: «sou do Governo e estou aqui para ajudar». Mamdani realçou que o movimento que lhe permitiu o triunfo «foi feito por lojistas iemenitas, avós mexicanas, taxistas senegaleses, enfermeiras usbeques, cozinheiros trinidadianos e tias etíopes». Quase só faltaram estafetas do Bangladesh…
Enfim, é a «consagração» de Nova Iorque como um «buraco» terceiro-mundista. Aliás, a maioria dos votantes no novo mayor reside na metrópole há menos de cinco anos, o que ajuda a explicar a sua proclamação de que «Nova Iorque permanecerá uma cidade de imigrantes, uma cidade construída por imigrantes, movida a energia dada por imigrantes, e, desde esta noite, liderada por um imigrante!» Enfim, o badameco resolveu «armar ao pingarelho» e atreveu-se a desafiar Donald Trump: «para apanhar qualquer um de nós terá de passar por todos nós!» Ele que se «ponha a pau» porque o Presidente é homem para fazer precisamente isso.
Previsivelmente, o triunfo do muçulmano em Nova Iorque suscitou reacções de entusiasmo em muitos esquerdistas por todo o Mundo. E também em Portugal, onde um líder partidário escreveu o seguinte, logo a 5 de Novembro, na rede social X: «em tempos de desigualdade crescente, é inspirador ver jovens líderes como Zohran Mamdani reforçarem a representação progressista no Mundo. Parabéns. Uma eleição que dá força àqueles que não têm voz, mas têm direitos. Do outro lado do Atlântico, seguimos juntos na mesma convicção: ninguém deve ser deixado para trás.» Qual foi? Rui Tavares, do Livre? Não, José Luís Carneiro, do Partido Socialista. Este deslocou-se para a extrema com José Sócrates e nela continuou com António Costa – que se aliou a comunistas e a bloquistas – e com Pedro Nuno Santos. Recorde-se que o actual secretário-geral, enquanto Ministro da Administração Interna, foi um dos principais (ir)responsáveis pela entrada descontrolada de milhares de imigrantes ilegais; na oposição, autorizou que os deputados da sua bancada se juntassem, a 17 de Outubro último, aos outros da metade «sinistra» do parlamento para votarem contra o projecto de lei do Chega que estabelece no nosso país a proibição da utilização da burqa (e do niqab) em espaços públicos. Por tudo isto, será surpreendente que JLC exprima simpatia e solidariedade pelo jihadista ugando-americano de fato e gravata?
A ascensão de alguém como Zohran Mamdani só é possível devido à acelerada degenerescência, tanto político-ideológica como mental e moral, do Partido Democrata, cuja permissividade e ausência de padrões éticos possibilitaram que vários «cavalos de Tróia» do mais agressivo, perverso «exército» mundial – o do islamismo radical, fanático – transpusesse, quais bárbaros invasores que de facto são, os portões da «terra prometida» a Ocidente. E que ninguém se deixe enganar pela aparência civilizada, cordata, de Mamdani, que terá, e talvez até já tenha, como «modelo», como referência, Sadiq Khan, o muçulmano que é mayor de Londres desde 2016. A capital britânica mudou muito, para pior, desde então, e é representativa do grau de submissão do Reino Unido, em simultâneo e actualmente, aos ditames dos seguidores de Alá e dos adoradores de Karl Marx, aliados «naturais» apesar de algumas incongruências. Porém, do outro lado do Atlântico não é de esperar que o mesmo aconteça: é improvável que o Partido Republicano se acobarde como o Partido Conservador, além de que a existência da Segunda Emenda é uma garantia de que os militantes de Mafoma nunca iriam muito longe se decidissem impor a sua lei de uma forma abrangente…
… Embora seja previsível e mesmo inevitável que, por causa do que aconteceu no início deste mês, algumas situações embaraçosas e mesmo constrangedoras irão acontecer num futuro próximo. Em 2026 não serão apenas assinalados os 250 anos da fundação dos EUA, ou seja, o quarto de milénio sobre a Declaração de Independência a 4 de Julho de 1776; haverá também certamente uma muito especial evocação a propósito dos 25 anos desde os ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001, um quarto de século que equivalerá exactamente a um décimo do tempo de vida da nação. E em Nova Iorque, a «presidir» à cerimónia solene, estará um autarca muçulmano que é, literalmente, simpatizante de terroristas muçulmanos: Zohran Mamdani foi fotografado, sorridente e de braço dado, com Siraj Wahhaj, cúmplice dos culpados do atentado terrorista de 1993 contra o World Trade Center. Infelizmente, a «Grande Maçã» parece estar condenada a apodrecer.