“Presentes ao juiz de instrução criminal, nos dias 21 e 24 de novembro de 2025, o tribunal, considerando verificados os perigos de fuga, de continuação da atividade criminosa e de grave perturbação da ordem e da tranquilidade públicas, decidiu aplicar a todos os arguidos a medida de coação de prisão preventiva”, adiantou hoje o MP em nota publicada na página oficial da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Os 10 detidos, ouvidos no Juízo de Instrução Criminal do Funchal, na Madeira, e indiciados pelo crime de tráfico de estupefacientes agravado, são todos estrangeiros, “sem qualquer ligação ao território nacional”.
As mais de sete toneladas de cocaína apreendidas em duas embarcações de pesca, a cerca de 1.000 milhas náuticas de Lisboa, tinham como destino a Península Ibérica, após o que seriam transportadas para outros países europeus, adiantou a Polícia Judiciária na semana passada, em conferência de imprensa sobre a operação que decorreu em águas internacionais, apoiada pela Marinha, pela Autoridade Marítima Nacional e pela Força Aérea Portuguesa.
Artur Vaz, da Unidade de Combate ao Tráfico de Estupefacientes da PJ, disse que a droga se destinava a “ser transferida em alto mar para embarcações de alta velocidade que, por sua vez, a fariam introduzir nas costas da Península Ibérica, para posteriormente seguir para outros países europeus”.
A bordo das duas embarcações de pesca, de pavilhão brasileiro, estavam 10 cidadãos brasileiros, sem antecedentes criminais. A droga terá sido carregada ao largo da costa do Brasil.
As embarcações foram intercetadas em dois momentos distintos, uma a 17 de novembro, com quatro toneladas e meia de cocaína, e outra a 20 de novembro, com mais de duas toneladas e meia de cocaína, adiantou o comandante Ricardo Sá Granja, da Marinha Portuguesa, na mesma conferência de imprensa.
Em 2025 a Marinha já colaborou na apreensão, em alto mar, de mais de 17 toneladas de cocaína, destacando-se a interceção de dois semissubmersíveis (vulgarmente chamados narco-submarinos) em março e outubro deste ano.
A investigação da operação “Renascer” contou ainda com a colaboração Polícia Federal do Brasil, da Agência DEA (Drug Enforcement Administration) dos EUA, da JIATF West (Joint Interagency Task Force West) também dos Estados Unidos, e da NCA (National Crime Agency) do Reino Unido.