CHEGA quer “furar” bipartidarismo entre PSD e PS na política portuguesa

© CHEGA

O presidente do CHEGA disse hoje que o partido quer “furar” o bipartidarismo entre PSD e PS que marca a política portuguesa e afirmou que as eleições de 24 de setembro na Madeira serão o “primeiro passo” da mudança.

“Eu acho que as pessoas têm que, pela primeira vez, pensar se querem fazer uma mudança ou não”, disse André Ventura, reforçando que “a Madeira vai ser o primeiro passo dessa escolha”.

O presidente do CHEGA falava no decurso de uma visita à lota e ao porto de pesca do Caniçal, no concelho de Machico, zona leste da Madeira, no âmbito de uma deslocação de três dias à região, inserida na preparação para as eleições legislativas regionais de 24 de setembro, que termina hoje com um jantar/comício na ilha do Porto Santo.

“Há dois sentimentos que eu levo da Região Autónoma da Madeira: o cansaço [manifestado pelas pessoas] com a governação maioritária PSD e uma certeza de que não querem o Partido Socialista”, disse, considerando que o balanço da visita é “muito positivo”.

André Ventura sublinhou que, tal como acontece ao nível nacional, o CHEGA quer afirmar-se como a terceira maior força política na Madeira e contribuir para retirar a maioria absoluta ao PSD, que governa o arquipélago desde 1976, mas em coligação com o CDS-PP desde 2019.

O líder do CHEGA destacou ainda a “importância de não haver uma maioria absoluta na região”, realçando que isso “vai obrigar a negociar, vai obrigar a condicionar e vai obrigar os outros a cederem em matérias fundamentais”.

“Este é o momento da mudança e o CHEGA está pronto e está ativo nessa mudança”, reforçou.

Durante a visita ao Caniçal, onde está sediada a frota de pesca do atum, André Ventura conversou com vários pescadores e, no final, declarou que o CHEGA vai “fazer tudo o possível para que a pesca tenha menos burocracia, mais quota e mais capacidade de trabalho”.

Nas eleições regionais de 22 de setembro de 2019, o PSD perdeu pela primeira vez a maioria absoluta na Assembleia Legislativa Regional da Madeira, elegendo 21 deputados num total de 47, com cerca de 40% dos votos, e formou um Governo de coligação com o CDS-PP (três deputados).

Nesse ato eleitoral, o PS elegeu 19 deputados, o JPP três e o PCP um.

As próximas eleições legislativas regionais na Madeira estão marcadas para 24 de setembro.

Últimas de Política Nacional

O Presidente da República explicou esta sexta-feira que não concede audiências sobre propostas de referendo, como a que foi pedida pelo presidente do CHEGA, porque nos termos da Constituição só lhe compete intervir na fase final desses processos.
O Presidente da República afirmou hoje que vai começar a tratar da sucessão da procuradora-geral da República, Lucília Gago, com o primeiro-ministro para a semana, e referiu não saber que método Luís Montenegro pretende adotar nesta matéria.
A maioria dos partidos quer saber se o ex-primeiro-ministro António Costa teve alguma intervenção no caso das gémeas luso-brasileiras tratadas no Hospital de Santa Maria com o medicamento Zolgensma, enquanto o PS decidiu não fazer perguntas.

O atual líder do executivo, Luís Montenegro, rejeitou aquelas que seriam as exigências do CHEGA no que diz respeito ao combate à corrupção e ao controlo da imigração ilegal, preferindo negociar as medidas para o Orçamento do Estado de 2025 (OE25) com o Partido Socialista. Para o CHEGA, medidas de controlo à imigração ilegal e […]

O ministro da Educação, Fernando Alexandre, admitiu hoje que o novo ano letivo vai arrancar com “milhares de alunos sem aulas”, sublinhando que se trata de uma “falha grave” da escola pública que o Governo quer resolver até ao final da legislatura.
O presidente do CHEGA afirmou que o partido está a estudar propor uma nova comissão de inquérito à gestão da TAP, afirmando que "muito passou ao lado" do parlamento no anterior inquérito à gestão da companhia aérea.

Numa altura em que a imigração está a caminho de atingir os 15%, Luís Montenegro decidiu colocar em curso uma megaoperação para acelerar os pedidos que estão pendentes na AIMA. É já no dia 9 de setembro que vai arrancar este processo, que contará com um megacentro de operações em Lisboa e outros mais pequenos […]

O líder parlamentar do CHEGA, Pedro Pinto, classificou como “uma trapalhada” o processo de privatização da TAP, criticando o primeiro-ministro, Luís Montenegro, ao acusá-lo de ser cúmplice, afirmando que “quando chamou Miguel Pinto Luz para o Governo, sabia quem estava a nomear”.
André Ventura acusa Luís Montenegro de traição à Direita e de mentir ao CHEGA quando escolheu o PS para negociar o Orçamento do Estado de 2025.
O CHEGA reiterou hoje que se vai manter afastado das negociações do próximo Orçamento do Estado e não vai comparecer nem à próxima, nem a mais nenhuma reunião com o Governo, acusando o executivo de provocar o partido.