Sánchez fechou na semana passada os acordos parlamentares que, à partida, viabilizarão um novo Governo de esquerda em Espanha, na sequência as eleições legislativas de 23 de julho.
Com os acordos que alcançou, Sánchez prepara-se para liderar um Governo de coligação de esquerda formado pelo partido socialista espanhol (PSOE) e pelo Somar e viabilizado, no parlamento, por mais seis partidos regionalistas, nacionalistas e independentistas das Canárias, Catalunha, Galiza e País Basco.
Se se confirmarem os votos a favor de todas estas formações políticas, Sánchez conseguirá ser reelegido primeiro-ministro de Espanha com o apoio de uma maioria absoluta de 179 dos 350 deputados espanhóis.
Na legislatura anterior, Sánchez foi eleito chefe do Governo de Espanha com uma maioria simples de 167 votos a favor, 18 abstenções e 165 votos contra.
Entre os votos contra estiveram então, em janeiro de 2020, os de dois partidos que agora vão viabilizar o novo Governo do socialista: Coligação Canária e Juntos pela Catalunha, do ex-presidente do governo regional Carles Puigdemont, protagonista da tentativa de autodeterminação da Catalunha em 2017 e que vive na Bélgica desde esse ano para fugir à justiça espanhola.
Dos acordos do PSOE com os partidos catalães faz parte uma amnistia de independentistas catalães que está a ser contestada pelos partidos de direita e associações de juízes e procuradores, entre outros setores.
O PSOE foi o segundo partido mais votado nas eleições de 23 julho e a esperada reeleição de Sánchez como primeiro-ministro segue-se a uma tentativa falhada de formação de um Governo de direita do Partido Popular (PP), no final de setembro.