André Ventura desafia Marcelo a solidarizar-se com forças de segurança

O presidente do CHEGA, André Ventura, desafiou hoje o Presidente da República a solidarizar-se com as forças de segurança, que protestam por melhores condições salariais, apontando que Marcelo Rebelo de Sousa "vai a qualquer eventozinho".

© Folha Nacional

“Mas que diabo, o Presidente da República vai a qualquer eventozinho do mais pequeno ao maior, vai à ginjinha fazer não sei o quê, vai cortar uma fita do aeródromo tal, recebe as pessoas da equipa A, e bem, qualquer gajo que ganhe no xadrez vai lá e ele dá-lhe um prémio e dá-lhe um abraço, tira uma foto… e não teve um minuto, ainda, para ao protesto das forças de segurança?”, questionou.

Falando num evento com empresários promovido pelo International Club of Portugal, num hotel em Lisboa, André Ventura defendeu que os protestos das forças de segurança “devem ser sempre vistos com muita cautela” pois poderá levar a uma “situação de disrupção até do ponto vista da segurança pública”.

“Acho honestamente que estamos a desvalorizar, e é um perigo muito grande enquanto estado de direito”, criticou, considerando estar a assistir-se a um “desprezo significativo por parte do poder político sobre os protestos” dos agentes que exigem um suplemento de missão idêntico ao atribuído aos inspetores da Polícia Judiciária.

O líder do CHEGA considerou a situação “altamente discriminatória e incompreensível”.

Interpelado pelos jornalistas no final do evento, André Ventura disse que iria enviar “uma mensagem” a Marcelo Rebelo de Sousa a pedir-lhe que visite as forças de segurança nos próximos dias e que, se fosse Presidente da República, fá-lo-ia.

“Até pode dizer ‘eu não concordo que vocês estão a pedir, mas estou solidário com a vossa causa, estou solidário pelo vosso trabalho'”, assinalou.

O presidente do CHEGA afirmou que “o tempo pré-eleitoral não deve ser o tempo do Presidente da República” e disse compreender “que o chefe de Estado “tenha dito que este é o tempo dos partidos, [mas] está a haver um protesto gravíssimo” para o estado de direito.

Ventura sustentou que “esta não é uma questão de campanha” porque “começou já antes da campanha eleitoral” e a fase oficial para as legislativas só arranca no final de fevereiro.

O líder do CHEGA alertou igualmente que “o chefe de Estado, o magistrado mais alto da nação, não ter uma palavra para estes homens e mulheres só lhes aumenta a revolta”.

“E eu concordo totalmente que lhes aumente a revolta, porque se eles sentem que o Presidente tem tempo para uma manifestação de palestinianos à frente do Palácio de Belém, também tem tempo certamente para ir a uma manifestação de forças de segurança”, disse.

André Ventura apontou que, apesar de não estar nas mãos do Presidente, mas sim do Governo, resolver a situação, Marcelo Rebelo de Sousa “deve lá ir dar-lhes um apoio e solidariedade”.

Elementos da PSP e da GNR estão há mais de uma semana em protestos por melhores condições de trabalho e salariais, exigindo um suplemento de missão idêntico ao atribuído aos inspetores da Polícia Judiciária.

A contestação começou após o Governo ter aprovado em 29 de novembro o pagamento de um suplemento de missão para as carreiras da PJ, pois os elementos da PSP e GNR consideram tratar-se de um “tratamento desigual e discriminatório”.

Últimas de Política Nacional

A manifestação do CHEGA contra o que qualificam de imigração descontrolada e insegurança nas ruas, que juntou hoje centenas de pessoas no Porto, contou com André Ventura, que alertou que a imigração cresceu 95% em Portugal nos dois últimos anos.
Os deputados da Comissão de Orçamento e Finanças aprovaram hoje uma proposta do CHEGA que contempla o reforço dos meios técnicos para a proteção dos cabos submarinos de telecomunicações.
Para André Ventura, o “PS e PSD estão mais preocupados em aumentar os salários dos políticos do que subir as pensões dos portugueses”, frisando que se trata de um “Orçamento do bloco central”.
O prazo para a submissão de propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) terminou na passada sexta-feira, com o CHEGA a apresentar 620 - o maior número de propostas.
“Num país em que tantos sofrem por salários e pensões miseráveis, os políticos têm de acompanhar o povo.” É desta forma que André Ventura começa por apontar o dedo ao PSD/CDS que está a propor acabar com o corte aos titulares de cargos políticos de 5%, no âmbito do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).
O presidente do CHEGA defendeu hoje que o Governo está a adotar medidas redundantes e a fazer uma "fuga para a frente" para responder à crise no INEM, considerando que as soluções apresentadas não trazem "nada de novo".
Bárbara Fernandes exigiu também a “suspensão imediata do responsável máximo do Departamento de Urbanismo.”
O CHEGA vai abster-se na votação da proposta do PS para aumentar as pensões em 1,25 pontos percentuais, além da atualização prevista na lei, permitindo a sua aprovação se os partidos da esquerda votarem a favor.
O Governo anunciou que o saldo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para 2025 ia ser positivo, mas fez mal as contas. Após uma revisão das projeções, o executivo admitiu que o SNS vai, afinal, apresentar um défice no próximo ano, num valor que ultrapassa os 217 milhões de euro
O presidente do CHEGA, André Ventura, desafiou esta terça-feira o primeiro-ministro a apresentar na Assembleia da República uma moção de confiança ao seu Governo, mas afastou a possibilidade de apresentar uma moção de censura.