Arábia Saudita só aceita relações com Israel no quadro de um Estado palestiniano

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Arábia Saudita afirmou que Riade rejeita normalizar as relações com Israel e que não vai contribuir para a reconstrução de Gaza sem uma via credível para um Estado palestiniano.

© Facebook de Faisal bin Farhan

 As declarações do príncipe Faisal bin Farhan, em entrevista à cadeia norte-americana CNN, transmitida no domingo, foram das posições mais diretas até agora proferidas por dirigentes sauditas.

Na entrevista à CNN, o ministro dos Negócios Estrangeiros foi questionado também sobre se a Arábia Saudita, rica em petróleo, financiaria a reconstrução de Gaza.

“Desde que consigamos encontrar um caminho para uma solução, uma resolução, um caminho que signifique que não vamos estar aqui novamente dentro de um ano ou dois, então podemos falar sobre qualquer coisa”, respondeu Faisal frisando que Riade defende mudanças concretas.

“Se estivermos apenas a repor o `status quo` anterior a 07 de outubro (2023), de uma forma que nos prepare para outra ronda, como já vimos no passado, não estamos interessados nessa conversa”, acrescentou.

A declaração coloca Riade em desacordo com o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, que rejeitou a criação de um Estado palestiniano e descreveu planos para um controlo militar ilimitado sobre Gaza.

O diferendo sobre o futuro de Gaza – que ocorre numa altura em que a guerra continua sem fim à vista – coloca os países árabes contra Israel e constitui um grande obstáculo a planos de governação ou reconstrução em Gaza no pós-guerra.

Antes do ataque do Hamas de 07 de outubro do ano passado, que desencadeou a guerra, os Estados Unidos tinham tentado mediar um acordo histórico em que a Arábia Saudita normalizaria as relações com Israel.

Na altura, Washington garantia segurança, ajuda para estabelecer um programa nuclear civil no reino e progressos na resolução do conflito israelo-palestiniano.

Em setembro de 2023, Netanyahu afirmou que Israel estava “à beira” do acordo que transformaria o Médio Oriente.

Os palestinianos pretendem um Estado que inclua Gaza, a Cisjordânia ocupada por Israel e Jerusalém Oriental anexada, territórios que Israel conquistou na guerra do Médio Oriente de 1967.

Israel considera toda a Jerusalém como capital e a Cisjordânia como o coração histórico e bíblico do povo judeu.

A atual guerra entre Israel e o Hamas começou quando militantes palestinianos romperam as defesas de Israel e se alastraram por várias comunidades vizinhas, matando cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis, fazendo cerca de 250 reféns.

A ofensiva de Israel matou pelo menos 25.105 palestinianos em Gaza e feriu mais de 60 mil, segundo o Ministério da Saúde do território governado pelo Hamas.

Últimas de Política Internacional

O primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu disse hoje que o seu encontro com o Presidente norte-americano Donald Trump poderá contribuir para a conclusão de um acordo de cessar-fogo e libertação de reféns em Gaza.
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, anunciou este sábado a construção de 60 centrais de ciclo combinado para dar um novo impulso à elétrica estatal Comissão Federal de Eletricidade (CFE).
Uma nova ronda de negociações indiretas entre Israel e o Hamas deverá começar hoje no Qatar sobre um cessar-fogo e a libertação dos reféns em Gaza, disse uma fonte palestiniana ligada ao processo.
A Ucrânia reivindicou ter atacado hoje uma base aérea russa, enquanto a Rússia continuou a bombardear o país com centenas de `drones` durante a noite.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse esta sexta-feira, depois de conversar com o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, que concordaram em “reforçar a proteção” dos céus ucranianos após mais um ataque de drones e mísseis russos.
O chanceler alemão pediu hoje à União Europeias (UE) um acordo comercial rápido e simples com os Estados Unidos, que promova a prioridade a determinadas indústrias chave, seis dias antes do prazo estabelecido pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.
O pré-candidato anunciado às presidenciais brasileiras de 2026 Ronaldo Caiado, governador do estado de Goiás, advertiu hoje as autoridades portuguesas “que não baixem a guarda” contra organizações criminosas brasileiras que estão a instalar-se com força em Portugal.
O Senado dos Estados Unidos (EUA) aprovou hoje o projeto de lei do Presidente Donald Trump, apelidado de "Big Beautiful Bill", sobre as grandes reduções fiscais e cortes na despesa, por uma margem mínima de votos.
O serviço de segurança interna de Israel, Shin Bet, anunciou hoje que desmantelou uma rede do grupo islamita palestiniano Hamas em Hebron, na Cisjordânia ocupada, numa operação conjunta com o Exército e a polícia.
O Governo norte-americano anunciou hoje que vai cortar o financiamento federal para Organizações Não Governamentais (ONG) envolvidas em distúrbios, independentemente do resultado de uma resolução a aprovar no Congresso sobre este assunto.