França espera que China “envie mensagens muito claras à Rússia”

O ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Stéphane Séjourné, disse hoje, em Pequim, que a França espera que a China envie "mensagens muito claras à Rússia", o seu parceiro mais próximo, sobre a guerra na Ucrânia.

© Facebook de Stéphane Séjourné

 

“Esperamos que a China envie mensagens muito claras à Rússia”, afirmou o ministro, defendendo “um equilíbrio de forças favorável à Ucrânia”, numa conferência de imprensa com o homólogo chinês, Wang Yi.

“A China desempenha obviamente um papel fundamental para garantir a independência da Ucrânia e o respeito pelo direito internacional, incluindo a sua soberania”, acrescentou Séjourné.

Pequim, que se apresenta como parte neutra, mas cuja relação com Moscovo se aprofundou desde o início do conflito, está a trabalhar numa solução política para pôr fim à guerra.

China recusou, no entanto, condenar a Rússia pela invasão da Ucrânia e criticou a imposição de sanções contra Moscovo. O país asiático tem prestado importante apoio político, diplomático e económico à Rússia. O comércio bilateral registou, em 2023, um crescimento homólogo de 26,3%, para 240 mil milhões de dólares (223 mil milhões de euros).

“Esta guerra diz respeito a toda a comunidade internacional”, disse Stéphane Séjourné ao seu homólogo chinês, que não mencionou o conflito na Ucrânia no seu discurso introdutório no início do encontro com a imprensa.

“Estamos convencidos de que não vai haver uma paz duradoura se não for negociada com os ucranianos”, sublinhou o ministro francês. “Não vai haver segurança para os europeus se não houver uma paz em conformidade com o direito internacional”, acrescentou.

“É, portanto, uma questão essencial para nós, e é por isso que a França está determinada a manter um diálogo próximo com a China”, acrescentou Séjourné, que se encontra numa visita de um dia à capital chinesa.

O ministro falou também da relação económica entre França e China: “não é desejável dissociarmo-nos da China”, ou seja, reduzir significativamente os laços económicos entre os dois países, afirmou.

Nos últimos meses, vários líderes políticos da Europa e dos Estados Unidos falaram da necessidade de reduzir a dependência dos seus países em relação ao gigante asiático, algo a que o Governo chinês se opõe fortemente.

No entanto, o chefe da diplomacia de França apelou a um “reequilíbrio da economia”, porque “as nossas trocas comerciais também devem assentar numa base saudável e sustentável”.

Últimas de Política Internacional

A lusodescendente e senadora republicana de Rhode Island, Jessica de la Cruz, espera que o seu partido "não desperdice a oportunidade” gerada pela vitória de Donald Trump, admitindo à Lusa ansiar pela redução governamental prometida pelo Presidente eleito.
A Alemanha e a França sinalizaram hoje que tomaram nota dos mandados de detenção do Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o primeiro-ministro israelita e o seu ex-ministro da Defesa, mas sem indicarem se os aplicarão.
O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu hoje mandados de captura para o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, e o chefe do braço militar do Hamas, Mohammed Deif.
A Comissão Europeia adotou hoje um conjunto de diretrizes para melhorar os direitos das pessoas com deficiências e para ajudar na promoção de um estilo de vida independente, com integração nas comunidades.
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros anunciou hoje que a embaixada de Portugal em Kiev encerrou “temporariamente e por alguns dias”, mas salientou que tal já aconteceu por várias vezes durante a guerra da Ucrânia.
A embaixada dos Estados Unidos em Kiev vai encerrar depois de ter sido alertada para um "possível ataque aéreo significativo" contra a Ucrânia, após Moscovo ter ameaçado responder ao uso de mísseis norte-americanos de longo alcance contra território russo.
O parlamento ucraniano aprovou hoje o orçamento para 2025, no qual 60% da despesa (50 mil milhões de euros) serão consagrados à defesa e à segurança nacional, para combater a invasão russa e suas consequências, anunciou o Governo.
O Presidente russo, Vladimir Putin, assinou hoje o decreto que alarga a possibilidade de utilização de armas nucleares, depois de os Estados Unidos terem autorizado Kiev a atacar solo russo com os mísseis de longo alcance.
Os ministros da Agricultura e Pescas da União Europeia (UE) reúnem-se hoje, em Bruxelas, com um primeiro debate sobre as possibilidades de pesca para 2025 na agenda.
O Conselho da UE e o Parlamento Europeu chegaram hoje a acordo para o orçamento de 2025 no valor de quase 192,8 mil milhões de euros em compromissos, 1,78% acima do de 2024, disseram as instituições em comunicados.