Viktor Orbán revela que Trump tem plano para conversações entre Moscovo e Kiev

O primeiro-ministro conservador húngaro, Viktor Orbán, transmitiu aos líderes europeus que Donald Trump, candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, vai exigir conversações de paz entre a Rússia e a Ucrânia caso venha a ser eleito em novembro.

©Facebook de Viktor Orbán

Donald Trump já tem “planos bem fundamentados” com vista às conversações, disse Viktor Orbán, numa mensagem enviada aos líderes europeus citada hoje pelo jornal britânico Financial Times.

Para o primeiro-ministro da Hungria, esta perspetiva implica que a União Europeia (UE) deve reabrir contactos diplomáticos diretos com a Rússia e iniciar negociações de alto nível com a República Popular da China para “se encontrar uma solução pacífica” à guerra na Ucrânia.

Esta posição foi transmitida por Orbán aos líderes europeus, após as recentes consultas que efetuou em Moscovo e junto das autoridades de Pequim.

Na mesma missiva – após contactos com os líderes russo, Vladimir Putin, chinês, Xi Jinping, e ucraniano, Volodymyr Zelensky – o primeiro-ministro húngaro diz que de acordo com as entidades consultadas, a “intensidade do conflito militar vai aumentar radicalmente, a breve prazo”.

Segundo o Financial Times, Moscovo tem dependido “em grande parte” de Pequim para prosseguir o conflito em território ucraniano.

Por outro lado, o jornal refere que Orbán tem mantido contactos com o chefe de Estado russo, o Presidente chinês e com Donald Trump, candidato do Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos nas eleições que se realizam no próximo mês de novembro.

O Financial Times recorda que Orbán exerce a presidência rotativa da União Europeia e que “existe receio” de que o apoio do primeiro-ministro húngaro venha apoiar “um acordo de paz” enquanto a Rússia controla grandes extensões de território no leste da Ucrânia.

Esta posição, diz o jornal pode afetar a “determinação ocidental” que apoia a integridade territorial de Kiev sobre todas as regiões ucranianas.

“Não podemos esperar nenhuma iniciativa de paz por parte [de Trump] até às eleições. Mesmo assim posso afirmar com segurança que pouco depois da vitória eleitoral, [Trump] não vai esperar até à tomada de posse porque está preparado para agir de imediato como mediador de paz”, escreveu Orbán na carta enviada ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel e a “outros líderes da União Europeia”.

“Estou mais do que convencido de que após a provável vitória do Presidente Trump, as relações financeiras entre os Estados Unidos e a União Europeia vão mudar significativamente com desvantagens para a UE, no que diz respeito ao apoio financeiro à Ucrânia”, escreveu Orbán na mesma carta.

O primeiro-ministro da Hungria tem sido apontado como o líder europeu “mais pró russo da União Europeia que criticou as sanções ocidentais contra Moscovo, o apoio militar à Ucrânia e exigiu um cessar-fogo e conversações de paz”.

As posições de Orbán contrastam com a posição conjunta da União Europeia sobre a ajuda à Ucrânia e de “que apenas Kiev pode decidir o momento para negociar com a Rússia”.

Últimas de Política Internacional

O coordenador nacional do Comité de Direitos Humanos do partido da oposição Vente Venezuela (VV), Orlando Moreno, exigiu a "libertação imediata" de Luis Palocz, ativista político detido há mais de cinco meses.
O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar, agradeceu ao presidente norte-americano e ao seu Governo o veto único a uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que permitia a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
Um tribunal russo condenou hoje um jovem com paralisia cerebral a 12 anos de prisão por alta traição por ter enviado 3.000 rublos (cerca de 33 euros) a um ucraniano, noticiou a plataforma independente Mediazona.
O ministro da Justiça francês lamentou hoje que as penas impostas a alguns dos detidos pelos graves distúrbios em Paris após a conquista do PSG da Liga dos Campeões "já não sejam proporcionais à violência” que o país vive.
A polícia húngara anunciou esta terça-feira (3 de junho) que proibiu a organização da “Marcha do Orgulho”, prevista para 28 de junho, na sequência da polémica lei que proíbe as manifestações LGBT+ com o argumento da proteção dos menores.
O parlamento da Polónia vai votar uma moção de confiança ao Governo no dia 11 de junho, após a vitória do candidato nacionalista da oposição, Karol Nawrocki, nas eleições presidenciais, anunciou hoje o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk.
O primeiro-ministro dos Países Baixos, Dick Schoof, anunciou esta terça-feira a queda de todo o Governo, após a demissão dos cinco ministros ligados ao partido PVV, de Geert Wilders.
O líder do partido PVV dos Países Baixos, Geert Wilders, retirou hoje o partido da coligação governamental, devido a um desacordo sobre a imigração, abrindo caminho para eleições antecipadas.
O conservador Karol Nawrocki venceu a segunda volta das presidenciais de domingo na Polónia, com 50,89% dos votos, contra 49,11% do rival, o liberal Rafal Trzaskowski, após o escrutínio da totalidade dos votos, anunciou Comissão Eleitoral Nacional.
Os dois candidatos da segunda volta das eleições presidenciais na Polónia, hoje realizada, estão empatados, segundo uma sondagem à boca das urnas, que não permite antecipar um vencedor.