Num dos bairros históricos de Lisboa, Santa Maria Maior, a Junta de Freguesia organiza uma sessão de denúncia pública que terá lugar, hoje, às 18h, no Hotel Mundial, na Praça do Martim Moniz, com o objetivo de denunciar o aumento da insegurança neste bairro.
“Roubos, agressões, homicídios, tentativas de violação, tráfico e consumo à luz do dia, ruas controladas por grupos criminosos, invasões a domicílios, ocupações, vandalismo, ajuntamentos violentos, assédio e ameaças” são algumas das denúncias que se podem ler na publicação realizada por esta Junta de Freguesia.
“Estado de Alerta. (In)segurança em Santa Maria Maior”: é o título do anúncio público que revela o nível de preocupação e a gravidade do assunto denunciado pelo presidente socialista Miguel Coelho.
Ao jornal Observador, o autarca explicou que a sessão contará com testemunhos de moradores da freguesia que têm experienciado estas situações, e diz mesmo tornar-se “insustentável viver no centro de Lisboa”.
“Nós temos tido muitas reclamações e muitas exposições. As pessoas sabem que isto não tem a ver com a Junta de Freguesia, mas recorrem a nós e fazem bem. São reclamações sobre fenómenos que se traduzem em situações de insegurança”, explica o autarca, acrescentando que a Junta está “farta de alertar a polícia e as entidades, que têm competência nesta matéria, sem praticamente nenhum feedback ou resultados visíveis”.
“É altura de Governo, polícia, Câmara Municipal e o próprio Parlamento tomarem algumas medidas para evitar que isto se prolongue e se torne insustentável viver no centro de Lisboa”, acrescenta o autarca.
O autarca socialista rejeita, contudo, qualquer aproveitamento desta denúncia para um discurso anti-imigração, tendo em conta que a Mouraria é um dos bairros da cidade de Lisboa onde existe maior concentração de imigrantes, sobretudo de países como o Paquistão, Bangladesh e Índia. Essa realidade tornou-se especialmente evidente na sequência de um violento incêndio em 2023, num apartamento onde viviam 22 imigrantes.