Giorgia Meloni tem sido uma desilusão para os ideais do conservadorismo e para o interesse nacional italiano desde que chegou ao poder.
Contradizendo a sua própria retórica, Meloni optou desde cedo por abandonar toda a ênfase legislativa da sua plataforma anti-imigração e desde que se tornou PM, os níveis de imigração ilegal aumentaram.
A par do desleixo relativo à imigração, Meloni revelou-se, igualmente, muito mais europeísta do que a sua postura na oposição deixava antever. Apressou-se a negociar com Ursula von der Leyen várias questões e nenhuma cedência foi observada da parte de Bruxelas.
Já a dívida pública de Itália permanece a níveis superiores aos verificados antes da pandemia.
A última ideia oriunda do executivo de Meloni é a atribuição de um subsídio de mil euros por mês durante cinco anos, a mulheres que escolham levar a gravidez a termo. Tal proposta é um erro e segue a melhor tradição das desgovernações socialistas.
Tal como em Portugal, o grupo demográfico mais seduzido por tal tipo de medidas será a comunidade cigana e – especialmente em Itália – a comunidade imigrante do hemisfério sul. Estes são os meios aonde a taxa de natalidade não só não é fraca mas até é excessiva pois os progenitores pecam por falta de planeamento familiar e condições de sustentação do agregado. Nestas comunidades a medida seria certamente bem vinda mas o resultado seria apenas o aumento da pobreza e da precariedade social.
Alternativamente, um qualquer governo patriótico deveria sempre pautar-se por incentivar o aumento da taxa de natalidade da população nacional e sobretudo nas camadas mais abastadas, que possuem meios próprios para assegurar a educação e o bem-estar da sua descendência. Tal incentivo seria, por conseguinte, mais facilmente conseguido com medidas de alívio fiscal das famílias numerosas.
Já o combate ao flagelo do aborto deveria passar, por sua vez, por desincentivos legais mas uma solução penalizadora é algo que nenhum governo está disposto a implementar em sociedades normativamente feministas e eleitoralmente dependentes do voto das mulheres. Clarificando: os governos estão dispostos a penalizar – para dar um exemplo – os fumadores, em virtude do fardo injusto para o SNS, que as consequências médicas do consumo de tabaco representam. Apesar das graves implicações psicológicas e fisiológicas das ‘raspagens’ nas pacientes, a curto e longo prazo – acarretando ademais perversidades éticas e mentais, igualmente nos próprios profissionais de saúde – e num momento histórico de crónica baixa da natalidade em Portugal, raro é o governante que ousa enfatizar a auto-responsabilidade em matérias sociais aonde o totalitarismo marxista cultural, tanto dano causou.
Uma sociedade livre deve, por sistema, deixar a escolha procreativa derradeira aos indivíduos e às famílias. Porém, é institucionalmente negligente compactuar com uma imoralidade que lesa a nação, a família e o indivíduo, cujos interesses os seus representantes políticos juram solenemente defender e promover.
Responsabilização é indissociável de encorajamento para um qualquer executivo a cargo do zelo do interesse nacional em matérias tão sensíveis e vitais para a sustentabilidade da nação. Aquiescer o capricho social em detrimento do bem comum é demagogia mafiosa corrupta, que nenhum governo de boa consciência deve incorrer, malgrado o historial vicioso precedente.