A proposta do CHEGA de instaurar referendos obrigatórios para questões políticas cruciais, como mudanças constitucionais e decisões que impactam diretamente a soberania nacional, surge como um imperativo inadiável para revitalizar a democracia em Portugal. Num contexto em que a participação cívica é cada vez mais afastada dos processos decisórios, torna-se evidente que o povo precisa de ter uma voz ativa, determinante, na construção do futuro da nação. Esta iniciativa não só fortalece o vínculo entre governantes e governados, mas também oferece uma bússola ética e política para a direção que o governo deve tomar, sempre consciente de que deve ser a vontade popular a guiar o destino do país.
A recusa de partidos tradicionais, como o Partido Socialista e o Partido Social Democrata, em encarar a necessidade de referendos obrigatórios revela uma atitude que, além de desconsideração, demonstra uma profunda hipocrisia. Não se pode deixar de notar a dissonância entre a retórica emblemática dos que se auto-intitulam herdeiros dos ideais do 25 de Abril, especialmente no famoso lema “o povo é quem mais ordena”, e as suas ações. Desde há pelo menos cinco décadas, assistimos ao desdém com que os socialistas e sociais-democratas tratam a população, rindo-se descaradamente enquanto impõem um fardo insustentável de impostos, limitam o poder de compra, e manipulam a informação, distorcendo a realidade para garantir a perpetuação dos seus privilégios.
É, de facto, questionável imaginar que seja o povo a ordenar mais cargos políticos supérfluos, impostos exorbitantes, rendas asfixiantes e combustíveis a preços absurdamente elevados. Esta situação não pode ser considerada a expressão da vontade popular. Pelo contrário, o que vemos é uma elite política a servir-se a si própria, numa espiral de mentiras e omissões, afastada das reais necessidades dos cidadãos.
Mais preocupante ainda é a tentativa de retirar ao povo português a sua identidade, a sua cultura, e até a sua história. A constante erosão dos valores que nos definem como nação atinge um ponto crítico quando, sob o pretexto de uma integração globalista, se procura diluir o orgulho de sermos um país que se destacou desde cedo na cena europeia e mundial. A 29 de setembro deste ano, Portugal foi palco de uma manifestação que reuniu mais de cinco mil pessoas, numa demonstração inequívoca de que não se aceita, passivamente, a política de imigração descontrolada e a subtração dos valores que definem a nossa identidade nacional. O povo português, que habita estas terras há mais de 900 anos, tem direito à preservação da sua soberania cultural, histórica e religiosa. A negação deste direito é uma afronta que os governos têm insistido em perpetrar, ao tentarem remodelar a nossa sociedade à luz de interesses que não são, de modo algum, aqueles da maioria dos cidadãos.
Há algo de particularmente nobre em defender que os referendos obrigatórios devem ser instaurados como um mecanismo de controlo direto por parte da população sobre as decisões políticas. Somos um povo que, mesmo sendo pequeno em número e em dimensão territorial, teve em suas mãos metade do mundo, e cujas inovações tecnológicas permitiram que a outra metade fosse conquistada por outras nações. Portugal, país que sempre defendeu com zelo a Igreja Católica, não pode permitir que a sua história seja apagada ou denegrida.
Os referendos obrigatórios, portanto, surgem como a expressão mais pura da soberania popular, que deve ser exercida sem interferências. O governo deve governar para os portugueses, e somente para os portugueses, tendo em mente que é à nossa vontade, e não à de interesses alheios, que deve estar subordinado. Só assim poderemos restaurar a verdadeira democracia, que tem sido fragilizada por décadas de políticas que colocam os interesses do povo em segundo plano.
Com a implementação de referendos obrigatórios, o CHEGA propõe devolver aos cidadãos aquilo que nunca lhes deveria ter sido retirado: o poder de decidir sobre os rumos do país. E essa é, em última instância, a mais elevada expressão da dignidade de uma nação que se quer livre, forte e soberana.