CHEGA pede demissão da Ministra após mortes por atrasos do INEM

O número de mortes associadas a atrasos no atendimento pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), subiu para 11, até terça-feira, uma situação que tem vindo a agravar-se desde que os técnicos de emergência pré-hospitalar suspenderam as horas extraordinárias.

© Folha Nacional

 

Tudo começou em Matosinhos, a 4 de novembro, quando uma mulher que se sentiu mal aguardou pela chegada do INEM, durante cerca de 30 minutos, não resistindo antes que pudesse ser socorrida. Casos semelhantes sucederam-se noutras localidades, como por exemplo, duas ocorrências de emergência, relatadas pelos Bombeiros Voluntários de Pombal, que não obtiveram resposta do INEM e que acabaram por falecer dois homens, de 53 e 90 anos; e outro caso em Ansião, onde um idoso de 95 anos perdeu a vida enquanto aguardava atendimento, após uma chamada para o 112.

Em resultado, a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) abriu um inquérito para averiguar os atrasos noticiados e as circunstâncias que poderão ter contribuído para as mortes recentes. Entretanto, cresce a pressão sobre a ministra da Saúde, Ana Paula Martins.

Segundo o Expresso, a ministra da Saúde recebeu dois avisos sobre a greve dos técnicos de emergência do INEM, o primeiro com data a 10 de outubro, mas não tomou medidas preventivas. Ana Paula Martins afirmou ter sido “surpreendida” pela paralisação, o que gerou controvérsia e críticas por parte de vários setores.

O presidente do partido CHEGA reagiu aos acontecimentos exigindo a demissão das ministras da

Saúde e da Administração Interna, classificando-as como “ativos tóxicos” do Governo. Para André Ventura, não restam dúvidas de que “Ana Paula Martins é culpada pelas mortes que se têm verificado”, acusando a ministra de “negligência” por ter ignorado o apelo do INEM.

Em linha, o CHEGA vai também apresentar, no parlamento, uma recomendação ao Governo que censura a ministra da Saúde e pede a sua substituição, na sequência das falhas de atendimento do INEM.

“Vamos dar tempo ao primeiro-ministro de poder fazer as alterações que acho que são urgentes e prementes fazer no Governo. Caso isso não seja feito no tempo do Orçamento do Estado, daremos entrada de uma condenação formal da ministra da Saúde no parlamento, recomendando e exigindo ao Governo a sua substituição”, afirmou Ventura.

Afinal, não são onze mortes

Um jovem entre 18 e 20 anos tentou suicidar-se, na semana passada, num estabelecimento prisional, em Leiria, e não teve auxílio médico a tempo de ser salvo – uma informação a que o Presidente do CHEGA teve acesso.

“É inadmissível em qualquer país civilizado do mundo que morra um jovem de 18 anos num estabelecimento [prisional] do Estado, por falta de auxílio médico e que a ministra insista em manter-se em funções. É algo nunca visto na democracia portuguesa”, declarou aos jornalistas.

Ventura reforçou ainda que “em qualquer país decente do mundo, esta ministra já não estava, e este conselho diretivo do INEM, depois do que hoje conhecemos, também já não estava”.

“É uma negligência que é claramente extensível ao presidente do INEM e ao conselho diretivo do INEM”, arrematou.

 

Últimas de Política Nacional

A proposta do partido, destinada a provocar “uma poupança de milhões”, deverá implicar que haja menos vereadores e deputados municipais, mas também uma redução do número de freguesias.
O líder do CHEGA, André Ventura, admitiu hoje viabilizar outras propostas para a redução do IRC, "mesmo que não sejam tão ambiciosas" como a do seu partido, mas indicou que ainda vai analisar.
O número de mortes associadas a atrasos no atendimento pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), subiu para 11, até terça-feira, uma situação que tem vindo a agravar-se desde que os técnicos de emergência pré-hospitalar suspenderam as horas extraordinárias.
Desencadear um novo processo de revisão constitucional para reduzir de 230 para 150 o número de deputados na Assembleia da República é um “objetivo fundamental” do grupo parlamentar do CHEGA.
O líder do CHEGA saudou hoje o Presidente da República por se ter pronunciado sobre a situação em torno do INEM, mas disse esperar ainda que responsabilize a ministra da Saúde.
O líder do CHEGA considerou hoje que o adiamento da discussão da moção de censura na Madeira é ilegal e anunciou que o partido vai pedir aos tribunais que o revertam e ao Presidente da República que se pronuncie.
O dirigente do Livre José Azevedo, membro do partido desde a sua fundação, demitiu-se da direção, após “divergências com as posições do partido”.
A discussão da moção de censura apresentada pelo partido CHEGA contra o Governo da Madeira, liderado por Miguel Albuquerque, foi adiada para 17 de dezembro, contrariando o regimento.
O CHEGA vai apresentar no parlamento uma recomendação ao Governo que censura a ministra da Saúde e pede a sua substituição, na sequência das falhas de atendimento do INEM, anunciou hoje o presidente do partido.
O parlamento aprovou hoje a audição do presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), Sérgio Janeiro, com "caráter de urgência", adiantou a presidente da comissão de Saúde, Ana Abrunhosa.