CHEGA apela a reforma “real e urgente” do SNS e pede plano ao Governo

O CHEGA pediu hoje uma "reforma real e urgente" do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e apelou ao Governo que "comece a planear o futuro", defendendo que a saúde atravessa uma crise e "não pode esperar mais".

© D.R.

Numa declaração política na Assembleia da República, a deputada Marta Silva, do CHEGA considerou que o SNS atravessa “uma crise” e “a culpa é de todos”: “Dos governos anteriores pela destruição de modelos de gestão que funcionavam, geravam poupanças, e pela falta de visão estratégica do atual Governo, pela incapacidade de agir e corrigir os erros do passado”.

A deputada considerou que o SNS é “o reflexo da desordem, da falta de planeamento e da negligência política” e sustentou que, “enquanto os utentes enfrentam tempos de espera insuportáveis e os profissionais de saúde trabalham no limite, os sucessivos governos, incluindo o atual, demonstram um desnorte inaceitável”.

“Apelo a todos nesta casa: parem de transformar a saúde num jogo político e trabalhem numa reforma real e urgente. O SNS não pode esperar mais, nós não podemos esperar mais”, afirmou, pedido aos partidos da oposição que “sejam forças construtivas”.

A deputada e vice-presidente do CHEGA instou igualmente o Governo que “deixe de correr atrás do prejuízo e comece a planear o futuro”.

Afirmando que a saúde é “um direito que tem sido sistematicamente violado”, Marta Silva deu como exemplo o número de utentes sem médico de família e as urgências encerradas ou com elevados tempos de espera.

Num pedido de esclarecimento, o deputado do PS João Paulo Correia contrariou a ideia deixada pela parlamentar do CHEGA de que “as responsabilidades são partilhadas” entre PS e PSD, defendendo que “os últimos dez meses têm sido meses de degradação da resposta do SNS, e tudo tem a ver com decisões deste Governo e da ministra da Saúde”.

Apontando que já foram demitidas “25% das administrações hospitalares”, o socialista acusou o Governo de ter “uma agenda partidária” e de querer “colocar pessoas de confiança do PSD e do CDS” à frente dos hospitais.

Numa outra declaração política, a IL criticou o centralismo, afirmando que o “desequilíbrio de decisões, recursos e oportunidades que se concentram de forma desproporcional em Lisboa é um dos principais fatores de atraso” do país.

O deputado Albino Ramos considerou que uma das formas de “inverter este paradigma” é fazer o poder local “ganhar escala”, e criticou a desagregação de freguesias aprovada pelo parlamento este mês, que a IL votou contra.

“Invertemos o sentido de um processo de consolidação das nossas unidades locais de administração com vista a ganhos de escala, iniciada há pouco mais de uma década. Andamos para trás, sucumbimos na primeira oportunidade e começamos a reverter uma das poucas reformas que fizemos, totalmente em sentido contrário com a maioria dos países europeus, em particular os mais desenvolvidos e os mais eficientes”, salientou.

O deputado da IL disse igualmente que “descentralizar não é criar mais juntas de freguesia” e que “não há descentralização sem unidades locais que tenham escala, recursos e competências”.

O liberal defendeu ainda a passagem de organismos do Estado para outras cidades, que não Lisboa, defendendo que a descentralização e a deslocalização “são um meio, um caminho para que as populações sejam melhor servidas, para aumentar a eficiência dos serviços públicos ao nível local e para que o desenvolvimento económico e social ocorra de forma mais homogénea em todo o território”.

Num pedido de esclarecimento, o PSD destacou o “trabalho de proximidade” dos autarcas e sustentou que a desagregação de freguesias foi cumprir a lei. Também o PS salientou o papel das autarquias e defendeu uma revisão da Lei das Finanças Locais.

O CHEGA considerou que “distribuir pelo país organismos centralizados em Lisboa” não resolve o problema, enquanto o Livre alertou que tal não pode ser feito sem falar com os responsáveis locais e os trabalhadores.

Últimas de Política Nacional

Cinco deputados sociais-democratas, liderados por Hugo Soares, viajaram até Pequim a convite direto do Partido Comunista Chinês. A deslocação não teve carácter parlamentar e escapou às regras de escrutínio da Assembleia da República.
Saiu do Executivo, passou pelo Parlamento e acaba agora a liderar uma empresa pública com um vencimento superior ao que tinha no Governo. Cristina Vaz Tomé foi escolhida para presidir à Metro de Lisboa e vai ganhar cerca de sete mil euros mensais, com despesas da casa pagas.
O Ministério Público (MP) pediu hoje penas entre os cinco e nove anos de prisão para os ex-presidentes da Câmara de Espinho, Miguel Reis (PS) e Pinto Moreira (PSD), por suspeitas de corrupção no processo Vórtex.
O presidente do CHEGA, André Ventura, anunciou hoje que o seu partido votará contra o novo pacote laboral no parlamento se o Governo não ceder em matérias como o despedimentos e alterações na área da parentalidade.
A mensagem gerou indignação, o caso abalou o ministério e levou a uma demissão, mas o inquérito interno concluiu que não houve infração disciplinar. Nataniel Araújo sai ilibado e continua como chefe de gabinete da Agricultura.
Os vereadores e deputados municipais do CHEGA têm rejeitado a criação da Comunidade Intermunicipal da Península de Setúbal.
Bruxelas paga, Lisboa faz campanha: Ângelo Pereira (PSD) e Ricardo Pais Oliveira (IL) estiveram no terreno eleitoral enquanto recebiam vencimentos do Parlamento Europeu, prática proibida pelas regras comunitárias.
A comissão parlamentar de inquérito (CPI) ao INEM decidiu hoje suspender os trabalhos durante o período de Natal e Ano Novo e na segunda semana de janeiro, devido às eleições presidenciais.
Num mês em que as presidenciais já se travavam mais nos ecrãs do que nas ruas, André Ventura esmagou a concorrência: foi o candidato que mais apareceu, mais falou e mais minutos ocupou nos principais noticiários nacionais.
O Ministério da Saúde voltou a entregar um contrato milionário sem concurso: 492 mil euros atribuídos diretamente ao ex-ministro social-democrata Rui Medeiros, aumentando a lista de adjudicações diretas que colocam a Saúde no centro da polémica.