Primeiro-ministro fundou empresa que tem sede na sua casa de Espinho e faz negócios com o Estado

O Folha Nacional sabe que a empresa Spinumviva, agora pertencente à mulher e filhos de Luís Montenegro, tem a mesma morada do que a sua habitação em Espinho, em Aveiro.

© Folha Nacional

O Folha Nacional sabe que a empresa imobiliária Spinumviva, fundada pelo Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, agora pertencente à sua mulher e filhos, tem a mesma morada do que a sua habitação em Espinho, em Aveiro, e faz negócios com o Estado. Através do cruzamento de dados do site Racius – Informação Empresarial com o Google Maps, pode-se concluir que a morada da empresa da família Montenegro coincide com a da casa do Primeiro-Ministro, no Espinho, em Aveiro.

Avança o Correio da Manhã, a mulher e os dois filhos do Primeiro-Ministro, Carla, Hugo e Diogo Montenegro, são sócios na Spinumviva. Como a empresa poderá beneficiar com a alteração à lei dos solos aprovada pelo Governo e Montenegro é casado em comunhão de adquiridos com a principal sócia da firma, o Primeiro-Ministro está numa situação de potencial conflito de interesses, uma vez que também beneficiará dos eventuais proveitos que a mulher retirar do negócio de imóveis, devido à alteração da lei dos solos.

Luís Montenegro, em resposta enviada ao Correio da Manhã, negou um eventual conflito de interesses com a lei dos solos. “Nunca foi, não é e não será objeto da atividade da empresa qualquer negócio imobiliário ligado à alteração legislativa”, garantiu, acrescentado que se desfez da participação que detinha na empresa um mês depois de ter sido empossado líder do PSD.

De acordo com o jornal Página Um, a empresa da família Montenegro, fundada no início de 2021, faturou cerca de 650 mil euros em apenas dois anos de plena atividade e teve lucros na ordem dos 345 mil euros. A Spinumviva tem como uma das atividades o “comércio e a gestão de bens imóveis, próprios e de terceiros, incluindo a aquisição para revenda”.

Só em 2022, a empresa da família Montenegro, com duas pessoas em funções (uma a tempo inteiro e outras a tempo parcial), faturou 415 mil euros, o que dá uma média de 162 euros por hora de trabalho.

Últimas de Política Nacional

A bancada do PSD decidiu fazer um número coreográfico, onde enumerava medidas do Governo terminando sempre com a frase "o seu populismo combate-se com a nossa competência".
Ventura acusa o “primeiro-ministro de estar escondido atrás de um sistema que há 50 anos permite que ele se esconda.”
“Em nome da democracia e do povo português, peço que deixe aqui hoje claro que é um homem sério”, apela André Ventura ao primeiro-ministro.
O Governo PSD/CDS-PP liderado por Luís Montenegro enfrenta hoje a sua primeira moção de censura, menos de 11 meses depois de tomar posse, apresentada pelo CHEGA.
Os 'tachos' e 'tachinhos' atingiram o seu pico no primeiro ano do Governo da Aliança Democrática (AD), já depois de terem sido alcançados níveis recorde no anterior executivo de António Costa.
O primeiro-ministro é casado em comunhão de adquiridos com a principal sócia da firma imobiliária e poderá beneficiar com a alteração à lei dos solos. Montenegro está numa situação de conflito de interesses.
Os membros da oposição interna do BE associados à antiga moção ‘E’ acusaram hoje a direção de desvalorizar saídas de militantes, pedindo que o Secretariado “aprenda com os erros” e rejeitando “falsidades”.
PSD e PS consideraram esta quinta-feira problemático impedir que governantes assumam, durante um período de cinco anos, funções numa empresa que tutelaram previamente, apesar de os sociais-democratas admitirem que é necessário rever o prazo atual de três.
Luís Montenegro é detentor, desde agosto de 2023, de uma marca registada de vinhos que se insere num projeto pessoal, o qual deverá envolver também a empresa imobiliária familiar Spinumviva, podendo implicar eventuais conflitos de interesses com as alterações à Lei dos Solos.
A pedido do CHEGA, a votação das alterações ao decreto-lei que permite reclassificar solos rústicos em urbanos foi adiada, justificando-se a necessidade de analisar as propostas dos vários partidos, mas também de garantir que a “Lei dos Solos não abrirá portas à corrupção.”