Com um inédito “golpe de estado” constitucional na Alemanha, SPD, CDU e Verdes alteram a Constituição pouco antes da tomada de posse da nova assembleia e aumentam o limite da dívida pública. Apesar de todas as promessas inquebráveis de Mertz, a agenda Woke é incluída na Constituição, para satisfazer os delírios globalistas e esquerdófilos dos que o apoiaram naquela manobra. Mais de quinhentos mil milhões de dólares em dívida anual, destinados a rearmamento e agenda verde.
À semelhança do que está a acontecer no Brasil e do que tentaram fazer nos Estados Unidos, Călin Georgescu viu-se impedido pelos tribunais de concorrer em eleições livres na Roménia. Em França, por sua vez, Marine Le Pen vê-se agora confrontada com um cenário de interdição semelhante saído de um tribunal de primeira instância, onde, muito embora ainda não transitado em julgado, e em claro atropelo da legalidade, lhe é interditada a possibilidade de defesa, pela voz de uma magistrada que assume publicamente que a pretende afastar em definitivo de toda e qualquer corrida eleitoral ou da possibilidade de representação da vontade popular.
Em Portugal, os estatutos do CHEGA continuam a ser ilegalizados pelo Tribunal Constitucional. Esta é certamente uma batalha política e não judicial, pois o Partido já tudo fez para que os mesmos estatutos fossem aprovados. Em vão (como seria expectável), quando o outro lado só dá provas de má-fé. Pergunto-me se se trata realmente de uma marca do princípio da separação de poderes, como tanto dizem, ou se, pelo contrário, de mais uma mostra de instrumentalização política da justiça.
Mas continuemos. A União Europeia propõe-se retirar o direito de veto à Hungria, apesar de todos os tratados que o impedem, pelo facto de Viktor Orbán apresentar uma visão divergente do conflito da Ucrânia e da estratégia de negociação europeia com a Rússia. Micron, le Président, na sua insaciável busca pelo protagonismo, saca agora da cartola um manual de sobrevivência indispensável para o futuro de todos os franceses, como se estivesse à espera de alguma coisa que nós ainda não sabemos e ele não quisesse dizer.
O espectro do reset monetário paira sobre os mercados financeiros. Ouro, prata batem todos os recordes de valorização e são arrebanhados às toneladas pela BRICS e pelos norte-americanos, no que se pressente ser um regresso ao Gold Standard do séc. XX, como preparação para o tumulto que aí vem. Na Europa, curiosamente, segue-se por um caminho distinto e original: a eliminação do dinheiro físico e a transição para um sistema económico digital, sob a designação de CBDC. Na Alemanha, pasme-se, começam já a surgir dificuldades no acesso ao dinheiro físico, dado o encerramento de agências bancárias e caixas multibanco.
Enquanto isso, discutem-se também os méritos da Carteira Digital em diversos fóruns, para substituir o cartão de cidadão, o cartão bancário e o boletim de vacinas, oferecendo aos europeus a comodidade de ter toda a sua vida concentrada num único prodígio tecnológico que rastreia e controla a sua atividade quotidiana. Somos mesmo bons a encontrar nomes bonitos para a tirania que se pare dia após dia neste velho continente.
A pobreza, a desmoralização, a iliteracia e o culto do medo poderão ser utilizados para que se obedeça cegamente aos diktate de Bruxelas, sem debate, sem questões. As vozes de oposição serão caladas uma vez mais, não com a queda oportuna de um prédio de vinte andares como acontece em determinadas latitudes, mas com a censura dos “especialistas” que enxameiam os órgãos de comunicação social e enchem a boca com os negacionistas, os extremistas, os racistas e o resto dos “istas” que nos possam ocorrer.
Estaremos uma vez mais vendados e amordaçados, a aceitar as algemas como promessa de liberdade?
Serão estes mais uns assuntos empurrados para o tabu do debate político? Estarão só reservados aos nossos visionários governantes, que escolhem o caminho de milhões de europeus enquanto passam os olhos pelo menu de um qualquer restaurante em Bruxelas?
“Se a liberdade significa alguma coisa, será sobretudo o direito de dizer às outras pessoas o que elas não querem ouvir.”
George Orwell