Azores Airlines e Sata Air Açores mais do que duplicam prejuízo para 82,8 milhões em 2024

As duas companhias aéreas do grupo Sata, a Azores Airlines e a Sata Air Açores, fecharam 2024 com um prejuízo acumulado de 82,8 milhões de euros, mais do dobro do ano anterior, segundo dados divulgados pela empresa.

Facebook/SATAAzoresAirlinesOfficial

Em comunicado, a Sata avança que, no ano passado, a Sata Internacional – Azores Airlines registou um resultado líquido negativo de 71,2 milhões de euros, o que compara com um prejuízo de 26,08 milhões de euros em 2023.

Já a Sata Air Açores reportou um resultado líquido negativo de 11,6 milhões de euros em 2024, contra 9,97 milhões de prejuízo no ano anterior.

O prejuízo acumulado das duas companhias somou assim 82,8 milhões de euros no ano passado, mais do dobro dos 36 milhões reportados em 2023.

Segundo a Sata, no ano passado a Azores Airlines registou um incremento das receitas para 336 milhões de euros (mais 50,2 milhões face a 2023), mas os resultados foram penalizados pelo crescimento dos custos operacionais e não operacionais, que tiveram “impactos diretos no EBITDA [resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações] e resultados líquidos”.

“As contas refletiram também fatores extraordinários, alguns deles que não se repetirão em 2025”, refere.

Entre eles, destaca os “encargos adicionais devido às consequências na operação das condições climatéricas adversas e da incapacidade da estrutura, aeroportuária e hoteleira, de dar resposta ao aumento de atividade”, assim como “os gastos com pessoal devido aos compromissos assumidos anteriormente no âmbito dos novos acordos de empresa”.

Aponta ainda “os custos com a manutenção e provisões pelo desfecho desfavorável do processo judicial entre a Azores Airlines e a Hifly relacionado com encargos contratuais com uma aeronave A330, vulgo ‘Cachalote’, cujos impactos acumulados ascendem a mais de 30 milhões”.

Como resultado, o EBITDA foi negativo em 691.000 euros em 2024, mas teria sido positivo se corrigidos alguns dos fatores extraordinários não repetíveis, particularmente o processo com a Hifly, cujo impacto financeiro foi de 6,4 milhões de euros, enfatiza.

“Em síntese, em 2024, verificou-se a existência de um conjunto de eventos operacionais e não operacionais, muitos deles extraordinários, que tiveram um impacto total negativo de cerca de 53 milhões de euros no resultado líquido de 2024”, conclui.

No que diz respeito à Sata Air Açores, é destacada a “redução substancial dos resultados financeiros (menores em seis milhões de euros), fruto da amortização antecipada de um empréstimo bancário de 60 milhões de euros em setembro de 2023”.

Apesar do aumento registado na receita, este foi insuficiente para cobrir o incremento dos custos operacionais, cujo impacto levou o EBITDA da companhia a recuar de 11,4 milhões de euros em 2023 para 4,6 milhões em 2024.

Em termos de passageiros transportados, o grupo SATA transportou um total recorde de 2,7 milhões em 2024, mais 14% do que no ano anterior.

Para além do aumento de 10% da capacidade disponibilizada, o grupo destaca o incremento da taxa de ocupação média (‘load factor’) em 2,6 pontos percentuais, para 81,7%.

Relativamente à Sata Gestão de Aeródromos, reportou prejuízos de 244.000 euros em 2024, registando “uma variação de 572 mil euros face ao ano transato, consequência da deterioração verificada no EBITDA, acrescida do aumento de custos com reestruturação resultante de um acordo de pré-reforma”.

Com o objetivo de melhorar a “‘performance’ financeira e económica” do grupo, “com particular destaque para a Azores Airlines”, o Conselho de Administração da Sata diz estar a executar o Plano de Sustentabilidade Financeira desenvolvido pelas equipas de gestão do grupo.

Este plano integra 41 medidas de curto, médio e longo prazos — “a maioria delas já em execução” – que pretendem gerar um impacto financeiro de 65 milhões de euros através do aumento da receita e da eficiência operacional e da reestruturação dos serviços de suporte.

“Estamos convictos que o ano de 2024 foi, por várias razões, um ano de inflexão e que o ano de 2025 será certamente um virar de página. A melhoria dos resultados obtidos nos primeiros meses de 2025 indicam que estamos no bom caminho”, afirma o presidente executivo (CEO) do grupo Sata, Rui Coutinho, citado no comunicado.

Últimas de Economia

O valor médio para arrendar um quarto em Lisboa ou no Porto ultrapassa metade do salário mínimo nacional. Perante a escalada dos preços e orçamentos familiares cada vez mais apertados, multiplicam-se as soluções alternativas de pousadas a conventos, para quem procura um teto a preços mais acessíveis.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) defende que Portugal deve optar por reduzir as isenções fiscais e melhorar a eficiência da despesa pública para manter o equilíbrio orçamental em 2026, devido ao impacto das descidas do IRS e IRC.
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai pedir um reforço em 250 milhões de euros da garantia pública a que pode aceder para crédito à habitação para jovens, disse hoje o presidente executivo em conferência de imprensa.
O índice de preços dos óleos vegetais da FAO foi o único a registar um aumento em outubro, contrariando a tendência de descida generalizada nos mercados internacionais de bens alimentares. O indicador subiu 0,9% face a setembro, atingindo o nível mais elevado desde julho de 2022, segundo o relatório mensal divulgado pela organização.
Apesar de o número total de empresas criadas em Portugal até setembro ter aumentado 3,7% face ao mesmo período de 2024, mais 1.636 novas constituições, atingindo o valor mais elevado dos últimos 20 anos, os dados do Barómetro da Informa D&B revelam sinais de desaceleração em vários setores e regiões do país.
Os custos de construção de habitação nova aumentaram 4,8% em setembro, face ao mesmo mês de 2024, com a mão-de-obra a subir 8,8% e os materiais 1,4%, segundo dados do INE hoje divulgados.
A ministra do Trabalho afirmou hoje, no parlamento, que as pensões mais baixas deverão ter um aumento de 2,79% em 2026 e que a atribuição de um suplemento extraordinário dependerá da folga orçamental.
A EDP prevê investir cerca de 2,5 mil milhões de euros em Portugal no período 2026-2028, dos quais 1.700 milhões em redes de eletricidade, anunciou hoje o presidente executivo do grupo, Miguel Stilwell d’Andrade.
O Banco da Inglaterra decidiu hoje manter as taxas diretoras em 4%, o nível mais baixo em mais de dois anos, ao avaliar que as pressões inflacionistas persistem na economia britânica.
A presidente do Conselho das Finanças Públicas (CFP) alertou hoje que a perceção de risco da República francesa pode vir a contagiar uma economia como a portuguesa, pelo que não se deve estar "relaxado" face à situação orçamental.