Segurança e a imigração em Portugal

Trabalho há vários anos na área da segurança: desde a proteção física de infraestruturas críticas até à gestão de crises e análise de risco em ambientes empresariais. Sou, portanto, alguém habituado a lidar com ameaças reais, com pessoas reais e com consequências reais. E há uma lição que aprendi em todas as funções que exerci: segurança é planeamento, prevenção e controlo, não é improviso nem boa vontade.

Ora, quando olho para a forma como Portugal tem conduzido a sua política migratória nos últimos anos, vejo precisamente o oposto disso. Vejo improviso institucional, ausência de critérios rigorosos, fronteiras permeáveis e um discurso político que confunde hospitalidade com irresponsabilidade.

Portugal é, historicamente, um país aberto ao mundo. Isso é parte da nossa identidade. Mas abertura não pode significar ausência de critérios. A imigração só é saudável quando é controlada, seletiva e acompanhada por políticas sérias de integração. O que temos tido, porém, é uma entrada descontrolada de indivíduos, muitos sem qualquer verificação adequada de antecedentes criminais, e uma burocracia estatal que funciona com meses (ou anos) de atraso.

O resultado está à vista. Cidadãos honestos vêem os seus bairros degradar-se. Aumentam as queixas por violência, furtos, assédio, desrespeito pelas autoridades. A polícia encontra-se frequentemente de mãos atadas. E o Estado responde com silêncio ou, pior, com relativizações sociológicas que culpam “o sistema” enquanto protege os infratores.

No sector da segurança, sabemos que um sistema sem barreiras e sem avaliação de riscos é um sistema vulnerável. Nenhuma empresa séria contrata pessoas sem verificar quem são, de onde vêm e que comportamentos têm. Nenhum edifício responsável deixa as portas abertas a todos, sem vigilância. Mas é exatamente isso que estamos a fazer a nível nacional.

E mais: estamos a importar problemas de segurança de outros países. Grupos organizados, redes de tráfico humano, delinquência violenta (fenómenos que noutros contextos já exigiram estados de emergência) começam agora a dar sinais preocupantes em território nacional.

Não se trata de xenofobia. Trata-se de responsabilidade. Um Estado tem o dever de proteger primeiro os seus cidadãos. Isso implica um controlo rigoroso das fronteiras, um sistema de triagem eficaz, integração obrigatória com regras claras e sanções visíveis, e cooperação internacional para expulsar quem não respeita as leis.

A Suíça, onde trabalho há vários anos, é um exemplo disso. A imigração é regulada, exigente e funcional. Quem entra sabe ao que vem e o que se espera dele. Quem falha é convidado a sair. Resultado? Uma sociedade mais segura, mais coesa e menos hipócrita.

Portugal precisa de recuperar o controlo. Precisa de coragem política para dizer que a segurança dos portugueses não é negociável. E precisa de profissionais sérios, em vez de ideólogos, a desenhar políticas migratórias baseadas em risco real e não em slogans vazios.

Porque uma porta aberta sem critério não é hospitalidade. É negligência.

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Vivo na Suíça há mais de vinte anos e trabalho como especialista de segurança corporativa. Como tantos outros portugueses, os meus pais foram forçados a deixar o nosso país, não por vontade, mas por necessidade. A decisão de emigrar custa. Parte-se com saudade, com revolta contida, com amor a uma pátria que nem sempre retribui. […]