Rússia admite participar em “3.ª ronda” de negociações de paz

A presidência russa declarou-se hoje pronta para novas conversações de paz com a Ucrânia, mas admitiu não ter nenhuma data definida e que será necessário "muito trabalho" para reconciliar as posições.

© Facebook de Dmitry Peskov

“Somos a favor da realização de uma terceira ronda [após duas reuniões mal sucedidas em Istambul, realizadas em maio e junho]. Assim que for definida uma data, informaremos”, avançou o porta-voz presidencial russo, Dmitri Peskov.

No sábado, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, propôs a Moscovo agendar novas conversações de paz esta semana, já que a situação se encontra atualmente num impasse.

Os meios de comunicação turcos noticiaram que a próxima reunião poderá acontecer a 23 ou 24 de julho.

Sobre o conteúdo das negociações, Peskov recordou que as partes trocaram memorandos sobre a sua visão para a resolução do conflito e pretendem discuti-los, mas sublinhou que os dois documentos são “diametralmente opostos”.

O porta-voz afirmou ainda que a composição da delegação russa, chefiada pelo conselheiro presidencial Vladimir Medinsky, não irá sofrer alterações e reiterou que a Rússia considera adequado realizar a terceira ronda de negociações em Istambul, a mesma cidade que acolheu as duas primeiras reuniões.

O último encontro entre negociadores russos e ucranianos em Istambul aconteceu a 02 de junho, duas semanas após a primeira reunião, mas as negociações resultaram apenas em algumas trocas de prisioneiros, sem avanços substanciais.

O Kremlin defende que qualquer acordo de paz deve incluir a retirada da Ucrânia das quatro regiões que a Rússia anexou ilegalmente em setembro de 2022, embora nunca as tenha controlado na totalidade. Exige ainda que Kyiv renuncie à adesão à NATO e aceite limites rigorosos às suas forças armadas – exigências rejeitadas tanto por Kyiv como pelos seus aliados ocidentais.

No dia 14 de julho, o Presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou a Rússia com tarifas severas caso não aceite um acordo de paz num prazo de 50 dias, e anunciou um novo canal para envio de armamento norte-americano à Ucrânia, após meses de negociações falhadas.

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