O número um nacional e 42 do mundo tem como melhor resultado no Grand Slam as presenças na quarta ronda do Open da Austrália e do último ‘major’ da temporada, ambas no ano passado e em que só foi travado pelo russo Daniil Medvedev, então top 5 mundial e campeão em Flushing Meadows em 2021.
“Tenho muitas memórias deste torneio. O Open dos Estados Unidos é o torneio do Grand Slam do qual já pude fazer parte mais vezes. Não só como profissional, mas também no ‘college’ [universidade]. Lembro-me de vir cá duas ou três vezes para o ‘kids day’, como representante do ‘college’, portanto, acaba por ser um torneio especial para mim. É um país que foi quase a minha segunda casa durante quatro anos, portanto estou muito contente por estar aqui”, começou por lembrar o maiato, em declarações à Lusa.
Desde a estreia em Roland Garros, em 2022, Borges vai agora disputar o 15.º ‘major’ da carreira, num “local muito entusiasmante para se jogar”, a partir de domingo, pela primeira vez nas 139 edições do torneio, e até 07 de setembro, dia em que será coroado o campeão de 2025.
“Além de ser um Grand Slam, é sempre um ânimo muito grande. As ‘vibes’ aqui do torneio são sempre muito boas, de festa. Toda a gente gosta [do ambiente] de estádio e bancadas cheias. Há sempre a música a tocar. É sempre bom estar aqui”, considerou.
A fazer uma “boa preparação”, apesar de algumas dificuldades para treinar na quarta-feira, devido à chuva, o tenista português revela ainda ter conseguido treinar no exterior e ter “mais uns dias para se habituar às condições” do complexo nova-iorquino.
“Os campos de Winston-Salem realmente eram bastante diferentes, mas também não é nada novo. Os campos acabam por ser parecidos aos anos anteriores e daí também ajudam um bocado na preparação”, reconhece.
Nuno Borges, de 28 anos, chega este ano a Flushing Meadows com duas derrotas na estreia em torneios norte-americanos de preparação para o derradeiro ‘major’ da temporada, no Masters 1.000 de Cincinnati e no ATP 250 de Winston-Salem, mas garante não ter perdido motivação.
“Claro que não é fácil perder à primeira e dizer que estou cheio de confiança. Não estou, mas raramente me sinto cheio de confiança, principalmente neste nível. Venho sempre um bocadinho com os pés bem assentes na terra. Sei que é à melhor de cinco sets. São sempre desafios mais duros, mais longos. Exigem mais de nós e é realmente preciso ganhar, muitas e muitas vezes, para conseguir sair com a vitória”, explicou.
A presença histórica nos oitavos de final do Open dos Estados Unidos, em 2024, é motivo de alguma confiança e pressão extra para Borges, o único português com acesso direto ao quadro principal de singulares, ao qual se juntou Jaime Faria, proveniente do ‘qualifying’ como ‘lucky loser’, enquanto Francisco Cabral vai disputar a prova de pares, ao lado do parceiro austríaco Lucas Miedler.
“Se consegui [chegar aos oitavos de fina] no passado, posso fazê-lo de novo, pensando jogo a jogo como no último ano. Lembro-me que as sensações não eram as mesmas, sentia-me menos bem a jogar e não estava com muita confiança, portanto, se me sentir de maneira parecida este ano, sei que, mesmo assim, é possível ganhar encontros”, confessou à Lusa.
Contudo, assumiu que a meta dos ‘oitavos’ transporta “sempre uma pressão extra”.
“Tenho muitos pontos a defender, mas acabo por, como em qualquer torneio, pensar em voltar a ganhá-los”, defendeu, assegurando estar “confortável” com o seu ranking e, “mais tarde ou mais cedo, se continuar a jogar bem”, sabe que pode “manter e procurar algo ainda mais alto.”
Na quarta participação no torneio norte-americano, o maiato vai defrontar pela primeira vez na carreira o californiano Brandon Holt, de 27 anos, que figura no 111.º posto na hierarquia mundial.
“Certamente vai ter um bocadinho de motivação extra. Sei que ele já jogou muito bem aqui. Claramente é um jogador que gosta destes campos, gosta destes palcos e tem que jogar muito bem. Mas pode ser que, à melhor de cinco sets, tenha margem para construir o meu jogo e ir subindo ao longo do encontro”, rematou.