Bruno Mascarenhas falava aos jornalistas, no segundo dia de campanha para as autárquicas de 12 de outubro, na freguesia da Ajuda, antes de uma arruada em que contactou com o comércio local.
“Nós queremos torná-las proprietárias [50% das pessoas residentes em bairros sociais]. Isto é uma mudança enorme de paradigma, porque aquilo que as empresas municipais têm feito, sobretudo a Gebalis, é ter mais e mais habitação social e nós queremos que as pessoas se tornem proprietárias”, explicou o candidato.
Bruno Mascarenhas frisou também que a proposta teria “uma medida tampão”, nomeadamente uma cláusula referindo que entre sete e 10 anos não se pode fazer a revenda, ou que a própria Câmara tem o direito de reversão.
Com a mudança de paradigma, o candidato considera que se tiraria custos à Câmara com a habitação social, lembrando que a autarquia, com “25 mil fogos, tem custos de manutenção enormes a que não consegue, naturalmente, chegar”. Neste mandato, sublinhou o candidato, foram gastos 560 milhões de euros.
O município dispõe de 25.000 fogos de habitação, dos quais 3.000 são património disperso do município e 22.000 são geridos pela empresa municipal Gebalis, existindo um universo de cerca de 2.000 casas por atribuir — 600 do património disperso e 1.400 da Gebalis, de acordo com dados da vereadora da Habitação, Filipa Roseta.
Segundo Bruno Mascarenhas, que esteve acompanhado pelo vice-presidente do partido, Pedro Pinto, e da cabeça de lista à freguesia da Ajuda, Morgana Flor, as propostas para a área da habitação passam também pela construção de mais casas, “com investimento privado”.
O candidato lembrou a promessa de Carlos Moedas, atual presidente da autarquia e recandidato pela coligação PSD/CDS-PP/IL, de transformar o Hospital Militar da Ajuda num centro intergeracional “que tanta falta faz à freguesia e à cidade de Lisboa”, mas que ficou por cumprir.
Questionado sobre se o CHEGA tem projeto para o local, o candidato explicou que será “cumprir aquilo que está definido agora”, já que há “uma negociação com o Estado para adquirir o imóvel”.
Em relação à mobilidade na cidade, quando questionado se a Carris, gerida atualmente pela Câmara, deveria ser privatizada ou subconcessionada, Bruno Mascarenhas frisou que o problema da transportadora é “sobretudo de gestão”, afirmando que a empresa “não revê o seu plano de rede há 20 anos e tem sido feito um investimento naquilo que são as energias verde”, mas os veículos não cumprem a sua função porque “muitas vezes não têm bateria para terminar turnos”.
Além dos candidatos do CHEGA e da coligação PSD/CDS-PP/IL, concorrem à Câmara de Lisboa nas eleições autárquicas de 12 de outubro Alexandra Leitão (PS/Livre/BE/PAN), João Ferreira (CDU-PCP/PEV), Ossanda Líber (Nova Direita), José Almeida (Volt), Adelaide Ferreira (ADN), Tomaz Ponce Dentinho (PPM/PTP) e Luís Mendes (RIR).
Atualmente, o executivo municipal integra sete eleitos da coligação “Novos Tempos” – PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança, sete eleitos da coligação “Mais Lisboa” – PS/Livre, dois da CDU e um do BE.
As eleições de 2021 foram uma estreia para o CHEGA (fundado em abril de 2019) em candidaturas a órgãos das autarquias, nas quais não conseguiu mandatos no executivo da capital, mas elegeu três deputados municipais.