Restrição de acesso dos imigrantes a apoios será legislada autonomamente

O presidente do CHEGA rejeitou hoje ter cedido na exigência de limitar o acesso dos imigrantes a apoios sociais, afirmando que há um "compromisso futuro" para que esta restrição seja legislada autonomamente, mas ainda sem calendário definido.

© Folha Nacional

“Houve o compromisso futuro de que vamos lutar contra os abusos de apoios sociais em relação a imigrantes. Isso está no diploma e também ficou como compromisso para o futuro”, afirmou.

O líder do CHEGA falava aos jornalistas em Albufeira, antes de acompanhar o cabeça de lista do partido a esta Câmara Municipal algarvia, o deputado Rui Cristina, numa visita ao Mercado Municipal dos Caliços, no âmbito da campanha para as eleições autárquicas de dia 12.

Questionado se constituiu um recuo o CHEGA ter retirado a sua proposta de alteração que pretendia que os imigrantes só pudessem aceder a apoios sociais ao fim de cinco anos de descontos, André Ventura disse que “houve mutuamente uma negociação, que é aquilo que é o normal na política”.

“É falso que tenha havido cedências. Bom, houve a cedência da negociação, como houve do PSD, à nossa parte”, apontou.

O líder do CHEGA indicou também que esta matéria, que não ficou vertida na nova lei de estrangeiros, aprovada na terça-feira, como o seu partido queria, será agora “legislada à parte”.

“Ficou acordado, não temos uma data definida. Ficou acordado que agora, no âmbito do combate a esses abusos, iria ser legislado à parte”, uma vez que “o Governo entende que esta legislação antiabuso, esta legislação de limitação deve ser feita à parte, e não incluída na questão do reagrupamento familiar”, explicou.

Ventura sublinhou igualmente que nesta lei o “Governo consagrou na sua formulação não só a proibição, como o combate ao abuso da prestação social”.

“Não é a formulação que gostaríamos, mas é um avanço face àquilo que teríamos”, defendeu.

“Ficou consagrado, no entanto, que quem vem para Portugal, que quem pede reagrupamento familiar tem que mostrar, ao momento do reagrupamento familiar, que tem os meios de subsistência necessários para poder viver em Portugal, mas mais, que não vai previsivelmente depender de subsídios e apoios sociais. Isto é uma vitória do CHEGA”, salientou.

O líder do CHEGA disse ainda que o partido vai “insistir que quem chega a Portugal como imigrante, não tenha direito a ter apoios sociais, antes de descontar cinco anos” e garantiu que não vai recuar nesta matéria.

Questionado sobre limitações como esta já terem sido declaradas inconstitucionais no passado pelo Tribunal Constitucional, André Ventura argumentou que “o mundo tem mudado, a própria proposição dos juízes também tem mudado, como se vê em vários votos vencidos que foram feitos em relação à lei dos estrangeiros, e há uma realidade nova que não havia no tempo do Pedro Passos Coelho”.

“Estamos num país diferente, com um problema com a imigração e a ter que controlar os apoios sociais”, argumentou, defendendo que “quer os tribunais, quer os deputados, quer os políticos, também têm que se adaptar a isto”.

André Ventura quis também “desmentir categoricamente” a notícia do semanário Nascer do Sol, que refere que o primeiro-ministro obrigou o líder do CHEGA a “ceder em toda a linha” no que toca à nova lei de estrangeiros.

“É mentira”, sublinhou, dizendo não ter sido contactado pelo jornal antes de a notícia ser publicada.

Últimas de Política Nacional

O candidato presidencial e presidente do CHEGA, André Ventura, considerou hoje que, se a greve geral de 11 de dezembro, convocada pela CGTP e pela UGT, avançar, é “culpa” da forma “atabalhoada” com que o Governo tratou a questão.
Cerca de cem delegados vão debater o futuro do SNS e definir o plano de ação da Federação Nacional dos Médicos (Fnam) para os próximos três anos no congresso que decorre no sábado e domingo, em Viana do Castelo.
Portugal submeteu hoje à Comissão Europeia o oitavo pedido de pagamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com a comprovação de 22 marcos e metas.
O candidato presidencial e Presidente do CHEGA, André Ventura, reafirmou esta sexta-feira, em conferência de imprensa, que o partido vai entregar no parlamento um voto de condenação ao discurso do Presidente de Angola, João Lourenço, proferido nas comemorações do 50.º aniversário da independência angolana.
O Grupo Parlamentar do CHEGA apresentou na Assembleia da República um projeto de resolução que recomenda ao Governo a suspensão imediata do Manual de Recomendações Técnicas Relativo ao Acompanhamento de Pessoas Transgénero Privadas de Liberdade, aprovado em 2022.
O presidente do CHEGA acusou hoje o PS de “traição ao povo português” por requerer ao Tribunal Constitucional a fiscalização preventiva da constitucionalidade da Lei da Nacionalidade e apelou à celeridade da decisão.
A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) recomendou hoje o alargamento do acordo entre operadores de televisão para realizar os debates presidenciais, depois da queixa apresentada pela Medialivre, dona do Correio da Manhã.
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, disse hoje que dado o investimento que é feito no setor, este já devia ter evoluído mais, atribuindo essa falta de evolução à forma como está organizado, daí a necessidade de reformas.
Em visita à Feira Nacional do Cavalo, na Golegã, André Ventura, candidato presidencial apoiado pelo CHEGA, afirmou que o mundo rural “deveria ter muito mais importância no debate político” e sublinhou a necessidade de defender “os grandes símbolos do país rural”, que considera frequentemente esquecidos pelas forças políticas do sistema.
O CHEGA apresentou uma proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2026 que pretende que estrangeiros não residentes, sem seguro ou qualquer acordo internacional, passem a assumir os custos dos cuidados de saúde prestados no Serviço Nacional de Saúde