A política europeia vive hoje uma batalha silenciosa, mas decisiva para o futuro das nossas economias, dos nossos agricultores e das nossas liberdades. O chamado Green Deal foi apresentado como uma promessa de transição ecológica justa e sustentável. Na prática, tornou-se numa máquina pesada, centralizadora e profundamente ideológica, que tem esmagado quem trabalha e produz.
Recentemente, no Parlamento Europeu, deu-se um momento raro: essa engrenagem foi travada. O pacote legislativo conhecido como Omnibus I, apresentado como uma “simples simplificação” das regras ambientais e de sustentabilidade, acabou rejeitado por uma diferença mínima de votos — 318 contra, 309 a favor e 34 abstenções. Para muitos, foi apenas uma votação técnica. Para quem acompanha de perto esta luta, foi muito mais: foi um sinal claro de que a resistência à máquina verde está viva e começa a ganhar força.
Entre as vozes que mais se destacaram nesse combate está a de António Tânger Corrêa, eurodeputado do Chega e membro do grupo Patriots for Europe. O seu papel não foi discreto nem secundário. Foi um dos principais impulsionadores desta vitória, articulando posições, aproximando forças soberanistas e defendendo com clareza aquilo que milhões de europeus sentem: a Europa não pode continuar a ser governada por burocratas que vivem num mundo idealizado, distante da realidade de quem produz, trabalha e paga impostos.
O Omnibus I era mais do que uma medida administrativa. Era mais um passo no alargamento do controlo de Bruxelas sobre as economias nacionais. Significava novas imposições, mais encargos para empresas, mais asfixia para agricultores e industriais. Tudo isto embrulhado numa linguagem técnica e aparentemente neutra. Mas por trás da neutralidade escondia-se o mesmo projeto: concentrar poder, impor agendas e limitar a soberania.
Foi neste cenário que a intervenção de Tânger Corrêa se tornou decisiva. A sua posição foi clara e firme: a proteção ambiental não pode servir de pretexto para destruir a soberania e empobrecer as famílias. Denunciou a hipocrisia de quem impõe regras impossíveis aos produtores europeus enquanto fecha os olhos à concorrência desleal de países que poluem sem restrições. Rejeitou a ideia de que a transição ecológica tem de ser feita à força, em cima dos mesmos que já carregam o peso da inflação, dos impostos e da burocracia.
Esta vitória parlamentar não encerra o debate. O Green Deal continuará a ser uma das maiores batalhas políticas dos próximos anos. Mas esta travagem foi um marco simbólico: pela primeira vez em muito tempo, os patriotas conseguiram bloquear um avanço estratégico da máquina verde. Pela primeira vez, os burocratas de Bruxelas perceberam que não podem governar sem resistência.
Portugal tem, neste contexto, um papel inesperadamente relevante. Durante décadas, a voz portuguesa na Europa foi de alinhamento automático, subserviência ou silêncio. Tânger Corrêa rompeu com essa tradição. Falou claro. Agiu com estratégia. Mostrou que um eurodeputado português pode ser mais do que uma figura decorativa — pode liderar. E quando lidera, a Europa ouve.
O que aconteceu com o Omnibus I não foi apenas uma vitória legislativa. Foi a prova de que a União Europeia não é uma força irresistível e inevitável. Quando há coragem política e convicção, os blocos começam a rachar. A engrenagem abranda. E os povos ganham espaço para respirar.
Num tempo em que tantos se calam para agradar a Bruxelas, ver um português levantar-se, resistir e vencer — mesmo que por poucos votos — é um sinal poderoso. Porque é nas pequenas vitórias que começam as grandes mudanças.