O CHEGA pediu um parecer à Comissão da Transparência sobre a permanência do deputado socialista Carlos Pereira na comissão parlamentar de inquérito à TAP, alegando eventual conflito de interesses.
“Na audição à ex-CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, foi tornado público que o deputado Carlos Pereira participou numa reunião ocorrida em 17 de janeiro, precisamente na véspera da, na altura ainda, CEO ir ao parlamento prestar esclarecimentos sobre a demissão da ex-administradora Alexandra Reis”, escreveu o partido no requerimento hoje divulgado.
No documento, o partido sublinha que quando questionado, o deputado do PS afirmou estar em causa uma comissão de inquérito à TAP “e não à atividade dos deputados”.
O presidente do CHEGA, André Ventura, defendeu na quarta-feira que o primeiro-ministro, António Costa, e o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, devem dar explicações sobre a reunião entre deputados socialistas, assessores governamentais e a CEO da TAP, em janeiro.
Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, André Ventura disse que há “explicações que, quer Eurico Brilhante Dias, quer António Costa, têm o dever de dar ao país”, defendendo que o objetivo desta reunião era, “claramente, condicionar o depoimento” de Christine Ourmières-Widener no parlamento.
O líder do CHEGA considerou que o deputado socialista Carlos Pereira, coordenador do PS na comissão parlamentar de inquérito e que a presidente executiva da TAP identificou como tendo estado presente nessa reunião, “não tem condições para continuar” a integrar esta comissão.
A antiga administradora da TAP Alexandra Reis assumiu que o valor da indemnização proposta inicialmente para sair da empresa (1,4 milhões de euros) era “muito expressivo”, mas sublinhou que as responsabilidades também o eram, referindo que não houve “justa causa”.
A ex-administradora acabou por sair da empresa com uma indemnização de meio milhão de euros, num processo que o parlamento está agora a tentar esclarecer.