É OBRIGATÓRIO NASCER!

É raro ou praticamente inexistente o assunto que, quando abordado de um modo político, não esteja relacionado com tantos outros temas. É o caso da natalidade, ou no presente cenário, a falta da mesma.

Existe uma constante lamúria relativamente à falta de nascimentos e à “renovação” de gerações no nosso país. No entanto, não existe qualquer fomentação de mudança pelo governo face a este problema, como a tantos outros.

Quando nos expressamos relativamente a este tema, é de grande importância termos a consciência que este não é o único tópico que estamos a abordar. Temos de nos questionar o porquê de existir tão pouca natalidade no nosso país, quais as razões que levam estes factos a acontecerem e as inúmeras consequências que advêm deste grave problema. Existe um decréscimo da natalidade em Portugal desde 1960, porém, este decréscimo tem vindo a ser mais notório nos últimos dez (10) anos, sendo que no ano de 2010 a taxa bruta de natalidade no nosso país era cerca de 9,59% e no ano passado, 2022, esta já tinha decrescido para 7,8% por mil residentes.

Alega-se um crescimento da natalidade no ano de 2022, com mais 4219 nascimentos do que no ano de 2021. Este notório crescimento, comparativamente aos anos anteriores, deve-se ao facto de nos anos de 2020 e 2021 ter existido um período de confinamento, pandemia e múltiplos receios, que afetaram todos os indivíduos, levando- os a questionar se seria seguro ter filhos, pelo desconhecimento relativamente ao vírus e às suas consequências futuras. A recuperação é, portanto, nula. No entanto, até que ponto é que esta quantidade de nascimentos é suficiente para alargar o desenvolvimento no país?

-A equação lógica

Todos estes problemas passam pelo nosso governo e pela sua falta de acompanhamento e apoio aos cidadãos portugueses. Os tópicos envolventes neste problema são vários, estando no cerne deles o pouco ou nenhum apoio e medidas desenvolvidas pelo governo de modo a proporcionar tanto o aumento da natalidade, como a resolução dos problemas que levam a este facto. Entre estes tópicos estão a baixa empregabilidade, a habitação, a baixa remuneração, os elevados custos de vida, entre outros.

A solução passa pelo aumento de apoios disponibilizados pelo governo, em vez de um facilitismo em colocar fim às vidas dos bebés, isto é, em vez da promoção do aborto

devem existir políticas públicas que disponibilizem informação e acompanhamento do Estado desde a gestação, ao nascimento e crescimento das crianças, desde as suas necessidades fundamentais e básicas passando pela sua educação, até à idade dos dez anos com uma reavaliação periódica e contínua das necessidades. Enquanto que, em famílias mais numerosas, este apoio deveria ser atribuído de modo complementar entre filhos, em valores superiores, possibilitando que o apoio abranja todos os filhos, contribuindo para o maior desenvolvimento do número de indivíduos em cada agregado familiar. A solução deve também abranger uma reforma no modo de organização do país face aos jovens. São muitos aqueles que após a licenciatura e mestrado, não conseguem empregar-se em Portugal, vendo-se obrigados a abandonar o país, constituíndo família no estrangeiro. Relativamente aos jovens que arranjam trabalho no país, estes queixam-se de um empobrecimento salarial, obrigando-os a viver em casa dos pais até muito tarde, em relação àquilo que desejariam. Sendo assim, estes dois critérios colaboram na impossibilidade de constituir família, proporcionando um maior envelhecimento das gerações sem que haja a sua tão necessária renovação.

Concluímos assim que uma das maiores bandeiras defendidas pelo nosso partido, a Família, está hoje posta em causa, levando ao empobrecimento da população e travando o desenvolvimento do país. Sendo assim, é imperativo agir de imediato sobre este tema, que tanto afeta o nosso país, disponibilizando medidas que podem e devem alterar o que foi dito no decorrer do artigo.

Bibliografia

PORDATA (ver aqui)

Artigo do EXPRESSO (ver aqui)

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