As exportações do ‘cluster’ português do mobiliário e afins aumentaram 12%, para o máximo histórico de 2.000 milhões de euros, em 2022 face a 2021, superando em 8% o ano recorde de 2019, informou hoje a associação setorial.
“O ‘cluster’ do mobiliário e afins, que inclui indústrias como o mobiliário, colchoaria, têxteis lar, cutelaria, cerâmica, iluminação e tapeçaria, alcançou cerca de 2.000 milhões de euros em vendas ao exterior entre janeiro e dezembro de 2022, superando em 12% os valores registados no período homólogo e em 8% os números de 2019, cujo valor recorde é agora ultrapassado”, avança a Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins (APIMA) em comunicado.
Segundo a APIMA, em 2022 a fileira registou “um crescimento transversal” aos seus 10 principais mercados.
“França, que é responsável por 33% das exportações, importou mais 9% face ao igual período em 2021 e mantém a posição cimeira como o principal destino dos produtos nacionais”, destaca, acrescentando que “nos três primeiros lugares da tabela está igualmente presente Espanha, com uma quota de 25%, e os EUA, o terceiro mercado mais relevante para Portugal, ao registar uma variação homóloga de 27%”.
A encerrar os cinco primeiros postos do ‘ranking’ surgem a Alemanha (+5%) e o Reino Unido (+24%).
Citado no comunicado, o presidente da APIMA considera que “este é um resultado histórico para as empresas que integram a fileira Casa”: “2022 confirma o consistente crescimento que as marcas nacionais têm vindo a traçar e antecipa a possibilidade de ultrapassarmos a fronteira dos 2.000 milhões de euros em vendas ao exterior já em 2023”, refere Joaquim Carneiro.
“Superado o período pandémico, assistimos a uma conjuntura marcada por uma sucessão de desafios únicos, entre os quais é necessário destacar o conflito na Europa e um marcante aumento do custo das matérias-primas. Porém, estes mesmos obstáculos comprovam a capacidade única das empresas nacionais, que continuam a conquistar novos clientes, a diversificar mercados de exportação e a dignificar o ‘design’ português além-fronteiras”, acrescenta.
Na sequência do aumento das exportações, o setor solidificou no ano passado a balança comercial superavitária que já apresentava, com uma taxa de cobertura das importações pelas exportações de 165%.
“Desta forma, o ‘cluster’ do mobiliário e afins reforça o seu contributo para o país, com cerca de 90% da produção a ser destinada aos mercados estrangeiros”, salienta a APIMA.
Após ter arrancado com dezenas de empresas nas feiras internacionais Maison&Objet e Intergift, o setor ruma, nos próximos meses, a Milão (Salone del Mobile), Nova Iorque (ICFF) e Colónia (IMM), terminando o primeiro semestre no Portugal Home Week, o maior evento nacional de promoção da fileira Casa, marcado para os dias 15 e 16 de junho na Alfândega do Porto.