A Assembleia da República vai realizar na próxima quarta-feira um debate de atualidade sobre “imigração e segurança”, proposto pelo CHEGA na sequência do ataque no Centro Ismaili, em Lisboa, que provocou duas vítimas mortais.
No final da conferência de líderes de hoje, a deputada socialista Maria da Luz Rosinha indicou que os deputados decidiram marcar para 05 de abril um debate de atualidade “sobre imigração e segurança”, requerido pelo CHEGA.
Ontem, em declarações aos jornalistas quando já decorria a conferência de líderes, André Ventura criticou a rejeição do requerimento do CHEGA para ouvir o ministro da Administração Interna em comissão e indicou que o partido “não desiste de apurar a verdade”, pelo que agendou potestativamente um debate sobre “imigração, segurança e terrorismo”, que já tinha sido anunciado na terça-feira.
“O tema tem também a ver com o caso que ocorreu, mas é muito mais vasto e prende-se com as recentes alterações à legislação da imigração que foram levadas a cabo pelo Governo. Não queremos associar o debate que vai ocorrer exclusivamente a este caso, temos tido uma série de episódios nos últimos meses de cenários e casos que mostram que o desmantelamento do SEF, as residências automáticas atribuídas pela legislação e a excessiva flexibilização de entrada têm levado a problemas muito sérios nos consulados, problemas de segurança sérios e problemas de imigração sérios”, salientou.
Duas mulheres foram mortas e outra pessoa ficou ferida na terça-feira, num ataque com uma arma branca no Centro Ismaili, em Lisboa, por Abdul Bashir, um afegão que foi detido e que está hospitalizado após ter sido baleado pela polícia.
O diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ) afirmou hoje que “não há um único indício” de que o ataque tenha sido um ato terrorista, admitindo ter resultado de “um surto psicótico do agressor”.