CHEGA quer incendiários equiparados a terroristas

© D.R.

“Os incendiários que reincidam no crime são verdadeiros terroristas, não têm outro nome”. É desta forma que André Ventura, Presidente do Partido CHEGA, explica ao Folha Nacional o projeto-lei que o partido deu entrada na Assembleia da República.

Numa época em que há cada vez mais incêndios e cada vez mais hectares a serem consumidos pelas chamas, o CHEGA considera que é urgente rever a legislação penal no que diz respeito a este crime.

Até porque, lê-se no projeto em causa, no período compreendido entre 1 de janeiro e 15 de outubro de 2022, os incêndios florestais “consumiram mais de 110 mil hectares”, traduzindo-se na “maior área ardida desde 2017”. Ao mesmo tempo, no ano passado registaram-se 10.449 incêndios rurais, ou seja, um aumento de 37,3% comparativamente ao ano de 2021.

Para este ano, o panorama não se espera ser melhor. O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, já fez saber que os dados e indicadores de que dispõe apontam para um provável aumento de 40% no que ao risco de incêndio diz respeito.

“Não podemos ficar parados à espera que tudo corra bem. É preciso investir na limpeza das matas – muitas delas são propriedade do Estado e estão ao abandono -, é preciso reforçar os meios de combate a incêndios e também é preciso alterar a legislação em vigor, caso contrário, os incendiários vão continuar a não ter qualquer pudor em cometer os seus crimes”, explica André Ventura.

Face ao exposto, o CHEGA quer equiparar os incendiários a terroristas, sustentando a sua posição com o facto de a Lei de Combate ao Terrorismo (Lei n.º 52/2003, de 22 de agosto – LCT) incluir, no “conjunto de condutas que devem ser consideradas infrações terroristas – contanto que a sua intencionalidade se subsuma ao disposto no proémio do n.º 3 do artigo 2.º da LCT –, nada mais nada menos que «… a provocação de incêndios (…) que coloquem em perigo vidas humanas»”.

“Não é o CHEGA que o determina, é o que está escrito na Lei do Combate ao Terrorismo”, acrescenta André Ventura, considerando essencial o “Estado de Direito dar um sinal a estas pessoas que, com o terrorismo que praticam, destroem habitações, a floresta nacional e, acima de tudo, vidas”.

O projeto-lei deu entrada na Assembleia da República dois dias antes do incêndio que deflagrou, no domingo de Páscoa, na localidade de Mizarela, no distrito da Guarda, e que levou o presidente da autarquia, Sérgio Costa, a garantir que se trata de “fogo posto”.

“Estão proibidas as queimas e as queimadas, portanto há fogo posto”, frisou o presidente da Câmara Municipal da Guarda.

Quem também partilhou desta convicção foi o comandante dos bombeiros da Guarda que, em declarações à TSF, referiu terem existido, na semana que antecedeu o incêndio de domingo, “três ou quatro ignições no mesmo local”.

“É um bocado estranho”, considerou António Pereira, frisando, contudo, que “virão à luz do dia as causas deste incendio”.

Para André Ventura, o incêndio deste domingo, que chegou a mobilizar seis meios aéreos e mais de 100 operacionais, “deve alertar-nos para o que está por vir no verão”.

“Todos os anos é a mesma coisa: os incêndios destroem milhares de hectares de mata e zona florestal, perdem-se vidas, perdem-se meios de subsistência, os bombeiros não têm os meios necessários para combater as chamas protegendo-se a si próprios e todos os anos vemos incendiários serem detidos e serem postos em liberdade. Isto não pode continuar”, rematou o Presidente do CHEGA.

Últimas de Política Nacional

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, conta receber hoje o primeiro-ministro, Luís Montenegro, para lhe apresentar a composição do XXV Governo Constitucional, ao qual prevê dar posse na quinta-feira.
O deputado do PSD José Pedro Aguiar-Branco foi hoje reeleito presidente da Assembleia da República, com 202 votos a favor, 25 brancos e três nulos, na primeira reunião plenária da XVII Legislatura.
O presidente do CHEGA criticou hoje a escolha de Rui Rio para mandatário nacional da candidatura de Gouveia e Melo a Presidente da República e remeteu para as próximas semanas a posição do partido nessas eleições.
O Presidente do CHEGA disse esta terça-feira que o partido vai fazer oposição "com firmeza" e antecipou que manterá o mesmo tom nas sessões plenárias, justificando que os portugueses valorizaram nas urnas a postura adotada até agora.
A primeira sessão plenária da XVII legislatura durou hoje cerca de seis minutos e foi conduzida pelo presidente do parlamento cessante e recandidato ao cargo, José Pedro Aguiar-Branco, começando com algum atraso e muitas mudanças nos lugares.
O CHEGA vai propor, no arranque da nova legislatura, dois debates de urgência, um sobre "a má gestão na saúde", e o outro sobre o voto dos emigrantes nas últimas eleições legislativas, adiantou hoje o líder do partido.
O Presidente da República defendeu hoje a urgência de cuidar de “todas as crianças, sem exceção, em todas as geografias”, sobretudo nas mais afetadas pelos “efeitos das guerras, da fome e da falta de condições humanitárias”.
A publicação hoje em Diário da República do mapa oficial com os resultados das eleições legislativas de 18 de maio determina que a primeira reunião da Assembleia da República da nova legislatura se realize na terça-feira, 03 de junho.
O presidente do CHEGA, André Ventura, afirmou esta noite que as próximas autárquicas serão uma "prova de fogo" e que o partido tem a "obrigação de ganhar" em várias autarquias e freguesias.
O Tribunal de Contas (TdC) condenou três funcionários da Câmara de Pedrógão Grande por infrações financeiras, no caso relativo ao desvio de dinheiro do município, segundo a sentença à qual a Lusa teve hoje acesso.