Mais de uma dezena de fortes explosões foram ouvidas hoje pouco depois das 19:00 locais (15:00 em Lisboa) no centro de Kyiv, minutos depois de soarem os alarmes antiaéreos que alertam os cidadãos ucranianos para ataques russos.
“O inimigo está a atacar a capital, as defesas antiaéreas estão a funcionar”, escreveu o Centro de Comunicação Estratégica do Governo ucraniano numa nota publicada no Telegram, citando a Administração Militar da região.
A cidade de Kyiv é atacada quase todas as semanas pela Rússia com ‘drones’ suicidas de fabrico iraniano, mas as investidas costumam acontecer de madrugada e não à tarde, como aconteceu hoje.
Os ataques de hoje podem estar relacionados com uma retaliação das autoridades russas, que acusaram Kyiv de ser responsável pela explosão de dois ‘drones’ contra o Kremlin, visando assassinar o Presidente russo, Vladimir Putin.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.709 civis mortos e 14.666 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.