O presidente dos Bombeiros Voluntários da Aguda, Manuel Guedes, vai assumir as funções de vereador na Câmara de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, após a renúncia de Patrocínio Azevedo, detido no âmbito da Operação Babel.
O anúncio foi feito hoje, na reunião de câmara, na qual também foi lida uma carta que o até aqui vice-presidente dirigiu ao município.
Manuel Guedes, que toma posse na segunda-feira, aparecia na 14.ª posição da lista do PS nas eleições autárquicas de 2021.
Na carta hoje lida pelo presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, Patrocínio Azevedo reitera a sua inocência e diz que o “hipotético favorecimento a uma imobiliária e troca de contrapartidas monetárias” de que é acusado “é falso”.
“Na sequência dos acontecimentos relativos à Operação Babel e que levaram a que eu fosse detido preventivamente, venho anunciar publicamente que apresentei, esta manhã, a minha renúncia ao mandato de vereador do executivo da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, bem como de presidente da Comissão Política do Partido Socialista de Vila Nova de Gaia”, referiu Patrocínio Azevedo numa carta assinada por si, datada de hoje e a que a Lusa teve acesso.
Na missiva, Patrocínio Azevedo vincou que a renúncia não é a assunção de qualquer responsabilidade ou sentimento de culpa.
“É sim a consciência de que as acusações que impendem sobre mim, apesar de falsas, prejudicam a governação municipal e o projeto político do qual fiz parte. Neste momento, reafirmo, uma vez mais, a minha inocência”, frisou.
Patrocínio Azevedo encontra-se em prisão preventiva no âmbito da Operação Babel, por determinação do Tribunal de Instrução Criminal do Porto anunciada em 19 de maio.
Apesar de ficar em prisão preventiva, Patrocínio Azevedo não renunciou de imediato ao mandato.
Este processo principal da Operação Babel centra-se “na viciação de normas e instrução de processos de licenciamento urbanístico em favor de promotores associados a projetos de elevada densidade e magnitude, estando em causa interesses imobiliários na ordem dos 300 milhões de euros, mediante a oferta e aceitação de contrapartidas de cariz pecuniário”.
O presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, anunciou a 22 de maio, também em reunião do executivo municipal, que a vice-presidência passaria a ser assegurada pela vereadora Marina Mendes, responsável pelos pelouros da Educação e Ação Social.