Guterres pede envio urgente de força internacional para combater grupos armados no Haiti

©Facebook.com/antonioguterres

O secretário-geral da ONU pediu o destacamento urgente de uma força multinacional de polícias e militares no Haiti, para combater os grupos armados naquele país, noticiou a agência France-Presse (AFP), que cita uma carta de António Guterres.

“Continuo a exortar os Estados-membros a enviar uma força multinacional não pertencente às Nações Unidas, composta por forças policiais especiais com o apoio de unidades militares, fornecidas por um ou mais países, que possam cooperar com o governo do Haiti, com a benevolência do Conselho de Segurança”, sublinhou Guterres, numa carta de 12 páginas datada de segunda-feira e consultada pela AFP.

Guterres salientou, na carta dirigida ao Conselho de Segurança da ONU, que “resolver a situação de segurança no Haiti requer a adoção de um conjunto de medidas coercivas para fazer cumprir a lei, incluindo o uso efetivo da força em operações policiais direcionadas contra gangues fortemente armados”.

O responsável das Nações Unidas e o primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry, têm pedido nos últimos meses uma intervenção internacional para apoiar a polícia local.

Os gangues controlam cerca de 80% da capital Porto Príncipe e assassínios, violações, sequestros para resgate e assaltos à mão armada são ocorrências diárias.

No final de julho, o Quénia anunciou que estava pronto para liderar esta força multinacional e mobilizar 1.000 polícias “para ajudar a treinar e ajudar a polícia haitiana a restaurar a normalidade no país e proteger as instalações estratégicas”.

No entanto, uma força deste género requer ‘sinal verde’ do Conselho de Segurança, mesmo que não seja enviada sob a bandeira da ONU.

Após o anúncio do Quénia, os Estados Unidos, que presidem o Conselho de Segurança em agosto, prometeram há duas semanas libertar recursos, sem especificar quais, e depositar “num futuro próximo”, no Equador, uma resolução de autorização perante o Conselho.

Guterres saudou na sua carta a iniciativa de Nairóbi para esta força, defendendo que o Haiti precisa de ajuda urgentemente.

O líder da ONU elogiou ainda o apoio de vários estados das Caraíbas: Bahamas, Jamaica, Antígua e Barbuda.

“Esperamos que outros países também se apresentem (…) e que o Conselho de Segurança avance de acordo com as recomendações do secretário-geral”, defendeu hoje, por sua vez, Farhan Haq, vice-porta-voz de António Guterres.

A última sessão daquele órgão dedicada ao Haiti, em 05 de julho, não augurou nada de positivo, com o representante da Rússia – país que dispõe de direito de veto – a não manifestar qualquer entusiasmo em relação à força internacional, afirmando: “A história demonstra que essas intervenções estrangeiras fizeram mais mal que bem ao Haiti”.

O Haiti atravessa uma terrível crise humanitária, económica e política, sendo que nenhuma eleição foi realizada desde 2016.

Últimas de Política Internacional

Na quarta-feira, o primeiro governo liderado por uma mulher em Itália cumpre três anos de mandato (iniciado a 22 de outubro de 2022).
A Polónia aprovou uma nova lei que isenta do pagamento de imposto sobre o rendimento todas as famílias com pelo menos dois filhos e rendimentos anuais até 140 mil zlótis (cerca de 33 mil euros).
O Parlamento Europeu (PE) adotou hoje legislação que facilita a retirada do direito de viajar sem visto para a União Europeia (UE) a partir de países que apresentem riscos de segurança ou violem os direitos humanos.
A Comissão Europeia disse hoje apoiar o plano do Presidente norte-americano, Donald Trump, para acabar com o conflito em Gaza, quando se assinalam dois anos da guerra e negociações indiretas estão previstas no Egito entre Israel e o Hamas.
O primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu, apresentou hoje a sua demissão ao Presidente, Emmanuel Macron, que a aceitou, anunciou o Palácio do Eliseu num comunicado, mergulhando a França num novo impasse político.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, vai encontrar-se com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, ao início da tarde, em Copenhaga, na Dinamarca, para uma reunião bilateral.
A presidente da Comissão Europeia saudou hoje o plano do Presidente norte-americano, Donald Trump, para terminar com a guerra em Gaza e que já tem aval israelita, indicando que a União Europeia (UE) “está pronta para contribuir”.
O partido pró-europeu PAS, da Presidente Maia Sandu, venceu as eleições legislativas na Moldova com mais de 50% dos votos, e deverá manter a maioria absoluta no Parlamento, segundo resultados oficiais após a contagem de 99,52% dos votos.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, questionou hoje a utilidade das Nações Unidas, acusando a organização de não o ter ajudado nos esforços para resolver os conflitos no mundo, e criticou o reconhecimento da Palestina.
Os Estados Unidos impuseram hoje a Lei Magnitsky à mulher do juiz brasileiro Alexandre de Moraes e ainda à empresa da qual Viviane Barci e os filhos são sócios.