Ventura rejeita acordos com quem “tem destruído” ilha

© Folha Nacional

O líder do CHEGA defendeu que Miguel Albuquerque foi “um desastre” enquanto presidente do Governo da Madeira e afirmou que o partido não poderá fazer acordos de governação com quem “tem destruído” a ilha.

“Miguel Albuquerque foi um desastre enquanto governante. Isto não tem a ver com a pessoa dele, com o caráter dele. Foi um desastre enquanto governante, os números estão à vista e mostram isso”, declarou André Ventura aos jornalistas.

O presidente do CHEGA esteve  no arranque oficial da campanha para as eleições legislativas da Madeira, na Festa das Vindimas, na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, ao lado do cabeça de lista do partido, Miguel Castro.

André Ventura indicou que o “único momento” em que a Madeira diminuiu a sua dívida foi durante a pandemia, “quando se injetou dinheiro na ilha”, considerando que, de resto, “todos os dados do desemprego, emigração e crescimento económico são um desastre”.

“E, portanto, nós temos de chegar às eleições e pedir responsabilidades. E é isso que o CHEGA vai fazer, portanto não nos peçam para governar com alguém que tem destruído basicamente a ilha [da Madeira] e a tem tornado cada vez mais pobre e cada vez mais afastada da realidade do desenvolvimento”, realçou.

O CHEGA “não equaciona”, por isso, a hipótese de se coligar com um governo presidido pelo PSD. No seu entender, os sociais-democratas na região e os socialistas no continente “têm governado igual”.

André Ventura sublinhou também que o partido tem feito oposição ao Governo Regional da Madeira, de coligação PSD/CDS-PP: “Dar-lhes a mão seria incompreensível.”

“Só se o PSD mudasse radicalmente a sua forma de governar. E […], pelo que ouvi de Miguel Albuquerque, ele já disse que não está disponível para isso”, ressalvou.

Questionado sobre a posição do social-democrata acerca de um possível acordo com o CHEGA, Ventura disse que tem assistido, “lamentavelmente, a declarações ziguezagueantes do presidente do Governo Regional da Madeira, que, por um lado, diz que quer acordo e, por outro, não quer”.

O líder do CHEGA considera “estranho” que Albuquerque tenha afirmado recentemente que “se não tiver maioria se demite”, mas considerou que isso “poderá ser uma motivação extra” para “correr de vez com um presidente que não tem servido a Madeira”.

Interrogado, por outro lado, sobre se viabilizaria um governo liderado pelo PS, Ventura foi perentório: “Não, o CHEGA nunca estará com o Partido Socialista.”

O líder partidário criticou ainda Miguel Albuquerque por ter considerado incompreensível a decisão do Tribunal Constitucional que viabilizou a candidatura do CHEGA.

“Dá a entender que estaria à espera que o CHEGA não fosse a eleições e isso é uma atitude muito mesquinha por parte de um dirigente político. E agora percebemos que talvez o principal responsável por trás de militantes anónimos e de partidos sem expressão fosse o PSD/Madeira, que estivesse a impulsionar toda a tentativa de boicotar o CHEGA a eleições”, acusou.

As legislativas da Madeira decorrem em 24 de setembro, com 13 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.

PTP, JPP, BE, PS, CHEGA, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.

Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.

Últimas de Política Nacional

O candidato presidencial e líder do CHEGA, André Ventura, fez hoje um “apelo final” ao Presidente da República para que adie a reunião do Conselho de Estado para a semana seguinte à segunda volta das presidenciais.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, prometeu hoje a proibição dos maquinistas conduzirem sob o efeito do álcool, estupefacientes ou substâncias psicotrópicas.
O candidato presidencial e líder do CHEGA considerou hoje a mensagem de Natal do primeiro-ministro "pouco feliz e pouco empática" por não falar da situação na saúde, desafiando os seus adversários para um debate sobre o tema.
O conselho diretivo de cada Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) vai passar a ter cinco vice-presidentes indicados pelo Conselho de Ministros, segundo um decreto-lei publicado.
O Presidente da República criticou hoje a demora do parlamento em eleger os conselheiros de Estado, frisando que já espera há seis meses, e disse ter convocado uma reunião do órgão consultivo porque a Ucrânia “é um tema fundamental”.
Candidato presidencial recorre da decisão que manda retirar cartazes com a frase “Os ciganos têm de cumprir a lei” e acusa os tribunais de impor uma ‘mordaça’ à liberdade de expressão em campanha eleitoral.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou o Conselho de Estado para 9 de janeiro para analisar a situação internacional e, em particular, na Ucrânia. A informação consta de uma nota divulgada esta terça-feira no site da Presidência da República.
Exigir que todos cumpram a lei passou a dar multa. O Tribunal Local Cível de Lisboa mandou retirar os cartazes de André Ventura e proibiu o candidato presidencial de repetir a mensagem, numa decisão que Ventura considera ser censura política.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vetou hoje os decretos da lei da nacionalidade, na sequência das inconstitucionalidades decretadas pelo Tribunal Constitucional, devolvendo-os à Assembleia da República.
O candidato presidencial Luís Marques Mendes divulgou hoje uma lista com os 22 clientes da sua empresa, na qual se encontram prestações de serviços em consultoria, comentários e participações em conferências, e que inclui a construtora de Famalicão Alberto Couto Alves.