CHEGA deverá abster-se no voto de pesar do parlamento

O CHEGA deverá abster-se no voto de pesar da Assembleia da República sobre o conflito entre Israel e o Hamas, indicou hoje André Ventura, apelando a alterações ao texto comum acordado entre PS e PSD.

© Folha Nacional

“Tem de ficar claro que quem começou esta guerra foi o Hamas, que é um grupo terrorista, e que está a atacar um Estado que tem um governo eleito, legítimo e cujos civis foram atacados sem razão, dando o direito a Israel para intervir militarmente” e “neutralizar a ameaça”, afirmou o líder do CHEGA, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República.

André Ventura indicou que o seu partido “não aceitará nenhum voto que vá no sentido de deixar a linguagem ambígua” e disse esperar que “o bom senso prevaleça” para não criar confusão “sobre de que lado está Portugal”.

O líder do CHEGA indicou que o partido está “a diligenciar junto da comissão” de Negócios Estrangeiros para que sejam feitas alterações para que o voto indique claramente “que o culpado do início desta guerra foi o grupo terrorista Hamas”.

“Se o texto ficar exatamente” como está atualmente, “é provável que haja uma abstenção”, disse.

Apesar de considerar que o texto acordado entre PS e PSD “não é completamente ambíguo”, o CHEGA queria que “se fosse mais longe nesta clarificação”.

Ventura pediu também uma posição clara do Governo sobre este conflito, sustentando que o primeiro-ministro “não tem sido claro”.

Questionado sobre o cerco de Israel a Gaza, o líder do CHEGA defendeu que “houve um Estado que não respeitou o outro, ou quem manda naquele Estado, que é o Hamas” e que, a “partir daí, há um direito legítimo da outra parte em defende-se”.

“Temos de nos pôr do lado de quem se está a defender”, afirmou.

Ressalvando que “devem ser estabelecidos corredores humanitários”, Ventura defendeu que “num momento em que há reféns sequestrados e centenas de terroristas numa zona, Israel não pode simplesmente abrir a zona”.

“Não há negociação possível até o Hamas entregar os reféns, e depois então fala-se de questões humanitárias”, acrescentou.

O PS e o PSD chegaram hoje a um texto comum que condena “de forma absoluta” os ataques terroristas do Hamas em Israel e salienta que este país tem o direito de se defender “no quadro do direito internacional”.

O voto de pesar, a que a agência Lusa teve acesso, é uma fusão de dois textos inicialmente apresentados na Comissão de Negócios Estrangeiros pelo Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Israel e pelo Livre e que tem vindo a ser acertado nos últimos dias entre as bancadas do PS e do PSD.

André Ventura falava aos jornalistas após uma reunião com o Sindicato dos Médicos Dentistas, e garantiu que o partido “está ao lado dos profissionais de medicina dentária”, uma vez que considera as suas “revindicações justas”.

“O CHEGA vai propor no Orçamento do Estado um Serviço Nacional de Saúde completo, com médicos dentistas, de acesso a todo o país”, anunciou.

Cerca de meia centena de médicos dentistas estão concentrados hoje em frente ao parlamento, debaixo de chuva forte, para exigir a criação da carreira especial de médico dentista no Serviço Nacional de Saúde e alertar para a precariedade vivida no setor.

Últimas de Política Nacional

O líder do CHEGA foi recebido em Braga com um novo protesto de elementos da comunidade cigana, cerca de 20 pessoas que cuspiram e acusaram André Ventura e os elementos do partido de serem "fascistas e racistas".
O presidente do CHEGA fez hoje um apelo direto ao voto e pediu aos eleitores que não fiquem em casa no dia 18 de maio, afirmando que o partido tem “uma oportunidade histórica” de vencer as eleições legislativas.
Um grupo de pessoas de etnia cigana acusou hoje o líder do CHEGA de ser racista, com André Ventura a responder que "têm de trabalhar" e "cumprir regras".
André Ventura foi dos primeiros políticos a comentar nas redes sociais o "apagão" elétrico de 28 de abril e as suas publicações atingiram mais de 940 mil visualizações.
Investigadores do MediaLab do ISCTE consideram que a “ausência de comunicação institucional eficaz” por parte do Governo contribuiu para a especulação e para a difusão de desinformação relativamente às causas do apagão.
O presidente do CHEGA, André Ventura, considerou hoje que o Governo deveria ter começado a negociar mais cedo com os sindicatos que representam os trabalhadores do setor ferroviário, podendo evitar a greve.
O Presidente do CHEGA, André Ventura, lamentou hoje o ataque contra um agente da PSP num centro de apoio da AIMA, em Lisboa, que classificou como "violento e cobarde", e pediu "respeito pela autoridade".
O líder do CHEGA voltou hoje a defender a descida do IRC, imposto que quer com uma taxa de 15% até ao final da legislatura, e acusou o Governo de não dar confiança à economia.
André Ventura afirmou, esta segunda-feira, que “é tempo de deixar de ter políticos a priorizar imigrantes”, em detrimento dos jovens, no acesso à habitação.
O líder do CHEGA desvalorizou hoje a entrada na campanha dos antigos governantes e líderes do PSD Aníbal Cavaco Silva e Pedro Passos Coelho, considerando que representam o passado e que "Portugal precisa de futuro".