Finlândia está a considerar encerrar a sua fronteira com a Rússia

A Finlândia anunciou hoje que está a considerar restringir o tráfego fronteiriço ou mesmo encerrar os seus pontos de passagem com a Rússia, após um aumento no número da entrada de migrantes ilegais.

© Facebook de Petteri Orpo

O primeiro-ministro finlandês, Petteri Orpo, disse que a Rússia estava a deixar deliberadamente os migrantes atravessarem a fronteira, apesar da falta de documentos válidos, sugerindo que se tratava de uma tentativa de desestabilizar a Finlândia.

“Parece ser uma decisão deliberada”, declarou o primeiro-ministro finlandês.

“A mensagem do Governo é clara: queremos garantir a segurança das nossas fronteiras”, afirmou Orpo.

A Finlândia partilha uma fronteira de 1.340 quilómetros com a Rússia.

O Kremlin prometeu em abril tomar “contramedidas” após a adesão da Finlândia à NATO, classificando o alargamento da Aliança Atlântica como um “ataque à segurança” da Rússia.

A ministra do Interior finlandesa, Mari Rantanen, disse hoje aos jornalistas que o Governo decidiu que “o Ministério do Interior vai preparar uma proposta de medidas restritivas” ao abrigo da Lei de Passagem de Fronteiras.

“O Governo pode decidir restringir o tráfego fronteiriço ou encerrar pontos de passagem”, acrescentou a ministra.

“De acordo com relatórios dos guardas de fronteira finlandeses, o número de requerentes de asilo aumentou nos últimos meses na fronteira oriental” do país, declarou a ministra.

Este número permanece “relativamente baixo, mas aumentou significativamente num curto período de tempo”, acrescentou.

Os guardas de fronteira registaram 39 pessoas que chegaram à fronteira sudeste na segunda-feira, mais do que as 34 registadas durante toda a semana passada.

Após o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022, a Finlândia registou um aumento nas chegadas à sua fronteira com a Rússia de pessoas sem visto, principalmente russos e ucranianos.

“Houve mudanças nas nacionalidades das chegadas”, disse Rantanen.

Agora há mais migrantes do Médio Oriente e de África, disse Mikko Lehmus, chefe da unidade de análise da Guarda de Fronteira finlandesa.

Iraque, Somália e Iémen são os três principais países de origem das chegadas de migrantes ilegais, disse Lehmus, que notou esta mudança de perfil “no final do verão”.

A Finlândia revelou um plano no final de 2022 para construir uma vasta cerca ao longo de 200 quilómetros da sua fronteira — em grande parte desabitada — com a Rússia. O projeto deve ser concluído em 2026.

Últimas do Mundo

O Presidente eleito norte-americano, Donald Trump, foi hoje nomeado Personalidade do Ano 2024 pela revista Time, que destaca o regresso à Casa Branca após ter escapado a duas tentativas de assassínio e de ter sido condenado pela justiça.
O número global de vítimas de tráfico humano voltou a aumentar (25%), após recuar durante a pandemia de Covid-19, com mulheres e meninas a continuarem em maioria, indicou hoje o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).
Três jovens suspeitos de serem jihadistas foram detidos no passado domingo no sudoeste da Alemanha por alegadamente estarem a preparar um atentado, disse hoje o Ministério Publico Federal e a Polícia local.
O Conselho da União Europeia (UE) aprovou hoje um pagamento de 4,2 mil milhões de euros ao abrigo da Mecanismo para a Ucrânia para apoiar a estabilidade macrofinanceira, por considerar que o país "satisfez condições e reformas necessárias".
Uma explosão numa refinaria da empresa petrolífera ENI em Calenzano, perto de Florença, norte de Itália, provocou pelo menos dois mortos e oito feridos, anunciaram hoje as autoridades locais, que estão a avaliar os efeitos poluentes do incidente.
O Presidente deposto sírio Bachar al-Assad e a sua família estão em Moscovo, segundo agências de notícias russas, citadas pela AFP.
A missa voltou a ouvir-se hoje na catedral Notre-Dame de Paris quebrando o ‘silêncio’ de mais de cinco anos imposto pelo incêndio que devastou o local em abril de 2019.
Centenas de refugiados sírios residentes no Líbano atravessaram hoje a fronteira de regresso ao seu país, poucas horas depois de ter sido expulso o presidente Bashar al-Assad e encerrando cinco décadas de governo do Partido Baath.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse hoje que 43 mil soldados ucranianos foram mortos e 370 mil ficaram feridos desde o início do conflito com a Rússia, há quase três anos.
O presidente da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), Mahmoud Abbas, declarou, em entrevista à agência Lusa, que a Palestina está pronta para realizar eleições “imediatamente e sem demoras”, se Israel permitir a votação em Jerusalém Oriental e noutros territórios ocupados.