Reflexões Profundas sobre a Implementação da Unidade Local de Saúde Vale do Sousa: Uma Perspetiva Amarantina de Visão Técnica e Cívica

 À medida que nos aproximamos do advento do novo ano, testemunhamos uma auspiciosa reconfiguração no panorama da saúde de proximidade, uma metamorfose delineada pela abrangente implementação das Unidades Locais de Saúde (ULS). Este fenómeno incitou-me a uma análise meticulosa da proposta delineada para a criação da Unidade Local de Saúde Vale do Sousa (ULSVS).

Abordo este tema com uma profunda deferência pela iniciativa de instituir Unidades Locais de Saúde, reconhecendo a importância desta medida ao analisar os dados das ULS já existentes. Estes dados inquestionavelmente evidenciam melhorias significativas na prestação de cuidados de saúde às populações. Assim, permitam-me perscrutar, com uma perspetiva amarantina, o que está prestes a ser concebido.

A futura Unidade Local de Saúde, com uma extensão territorial de aproximadamente 1900 km², revela-se desde logo como uma entidade que, à primeira vista, destoa da própria definição de “local”. Seu âmbito de ação abrangerá os Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) Tâmega I, II e III, incorporando os municípios de Amarante, Cinfães, Penafiel, Marco de Canavezes, Baião, Paredes, Resende, Felgueiras, Castelo de Paiva, Lousada, Paços de Ferreira, excluindo apenas Celorico de Basto, conforme divulgado em Diário da República.

Ao lançar um olhar retrospetivo sobre o cenário regional, questiono-me: porquê que o Governo não resolve os problemas do Hospital de Penafiel? O ano de 2013 testemunhou a inauguração do Hospital de São Gonçalo, um investimento vultuoso de 30 milhões de euros. Contudo, constatamos uma contínua redução de valências nessa instituição, suscitando indagações pertinentes.

A oportunidade proporcionada pela criação das ULS suscita uma sugestão: a instituição da ULS do Tâmega, que integraria o Hospital de São Gonçalo e o ACES Tâmega I. Esta reorganização restringe a área de atuação para pouco mais de mil km², transferindo, de acordo com os últimos censos, uma população potencial de 164.615 habitantes do Hospital de Penafiel para o Hospital de São Gonçalo de Amarante, resultando numa redução significativa de 27,6% na pressão suportada pelo Hospital de Penafiel.

A concomitante valorização do investimento em Amarante traduzia-se, numa alocação de recursos públicos eficiente e com a premissa fundamental de uma saúde pública pensada e verdadeiramente valorizada para todos os cidadãos. 

A criação da ULS do Tâmega com a integração do Hospital de São Gonçalo é um passo corajoso em direção a uma gestão descentralizada que coloca a saúde das comunidades em primeiro plano. Este avanço, ancorado em valores de descentralização e responsabilidade local, reforça o compromisso com a autonomia das regiões e promove uma visão que procura o empowerment das comunidades promovendo serviços de saúde mais eficazes e eficientes.

Ao transferir uma significativa população do Hospital de Penafiel para Amarante, o projeto não só alivia a pressão sobre o primeiro, mas também destaca a importância de priorizar recursos em benefício direto das comunidades locais.

Esta visão, ressoa com o desejo de fortalecer as estruturas locais, reconhecendo a singularidade de cada região e suas necessidades específicas. Ao realçar o investimento em Amarante e resgatar as valências do Hospital de São Gonçalo, não estamos apenas a preservar a tradição e o prestígio da instituição, mas também a contribuir para a solução de um dos maiores problemas da região.

Em resumo, este projeto é um testemunho da capacidade de inovação e adaptação necessárias para enfrentar os desafios contemporâneos. A ULS do Tâmega, integrando um hospital emblemático, projeta-nos um futuro com uma visão que ressoa com os princípios da eficiência e prosperidade das comunidades. Vale ressaltar que, em 2020, a restauração do letreiro do Hospital de São Gonçalo foi noticiada; é chegada a hora de restituir à instituição as valências de seu passado, conferindo ao Hospital da Princesa do Tâmega a notoriedade que merece.

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