AD: A nova casa de alterne

O PPD-PSD e o CDS-PP anunciaram, poucos dias antes do Natal, que iriam coligados às eleições legislativas do próximo dia 10 de março. Para o PPD-PSD é o sonho de fuga ao CHEGA, acreditando Luís Montenegro que concorrer a eleições em coligação com um partido que, em 2022, representou apenas 1,60% do eleitorado lhe é o suficiente para não contar com o partido de André Ventura para o futuro governo de Portugal. Por outro lado, esta é a única tábua de salvação do defunto CDS-PP que, muito honestamente, não deixa saudades, pois ninguém quer um partido que mais não é do que uma muleta de outro e que nos últimos anos se transformou no PEV do PCP.

O medo de Luís Montenegro em ser obrigado a contar com os eleitores do CHEGA para governar é tamanho que, além de ter vendido a alma do PPD-PSD ao partido muleta, vendeu-a ainda por tuta-e-meia ao PPM. Ora, o PPM, esse colosso da política nacional que, em 2022, alcançou a percentagem de 0,00%, juntou-se agora a esta aliança, isto depois de ter garantido que não o faria. 

O que terá Luís Montenegro oferecido a Gonçalo da Câmara Pereira? Benefícios fiscais para alguma mansão algures no país? 

Portanto, o líder do PPD-PSD prefere andar a distribuir favores em troca de míseros apoios, na vã esperança de que estes dois partidos façam as despesas da casa. É isto que Luís Montenegro tem para oferecer aos portugueses que, já na última eleição, deixaram bastante claro quem é o partido de direita em que acreditam e em que depositam a sua última esperança?

Ressuscitar a AD não só é um ataque à memória de Francisco Sá Carneiro, Diogo Freitas do Amaral e Adelino Amaro da Costa, como é, sobretudo, um ataque ao eleitorado da Direita que já mostrou que não é no CDS-PP e no PPM em quem acreditam e em quem se sentem confortáveis em depositar o seu voto.

O líder do PPD-PSD vai arrepender-se profundamente do dia em que decidiu transformar a AD numa casa de alterne. Quem o avisa, amiga é!

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