Presidente do IROA demitiu-se após ter sido constituído arguido

O presidente do Instituto Regional de Ordenamento Agrário (IROA) dos Açores colocou o lugar à disposição do Governo Regional, que aceitou a sua demissão, após ter sido constituído arguido no âmbito da denominada operação Nortada.

©Facebook de José Manuel Bolineiro

O presidente do Governo Regional açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) José Manuel Bolieiro disse hoje, à margem de uma declaração aos jornalistas, no Palácio de Santana, em Ponta Delgada, que o presidente do IROA, Hernâni Costa, “mal foi notificado” da condição de arguido colocou o seu lugar à disposição e que aceitou a sua demissão.

O chefe do executivo dos Açores frisou ainda que a presunção de inocência “aplica-se a toda a gente” e esclareceu que o processo “não tem a ver com nenhum ato de gestão em curso”.

“Ainda assim, mal foi notificado, o Dr. Hernâni Costa pediu uma reunião comigo e colocou o seu lugar à disposição e eu aceitei”, acrescentou José Manuel Bolieiro, referindo que a reunião decorreu na quarta-feira.

O presidente do Governo Regional açoriano também esclareceu que, devido às eleições antecipadas, o atual executivo não pode fazer nomeações, pelo que o presidente do IROA “estará em funções até à nomeação de um próximo presidente do Conselho de Administração”.

José Manuel Bolieiro foi questionado sobre o assunto após o líder do PS/Açores, Vasco Cordeiro, ter afirmado que a condição de arguido “não é compatível” com a nomeação de um cargo político, devendo o presidente do IROA ser “dispensado de funções”.

“O meu entendimento enquanto fui presidente do Governo Regional, que mantenho hoje, é que nessas situações em que nomeei pessoas, que vieram mesmo a ser inocentadas, a qualidade de arguido não é compatível com um cargo de nomeação política”, afirmou Vasco Cordeiro, aos jornalistas, na quinta-feira, no âmbito de uma visita à Casa do Povo da Maia, na Ribeira Grande, ilha de São Miguel.

O dirigente socialista comentava assim notícias de que o presidente do IROA, Hernâni Costa, foi constituído arguido no âmbito da denominada operação Nortada, que envolve também o social-democrata Alexandre Gaudêncio, presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, acusado de 32 crimes.

Vasco Cordeiro frisou que, se fosse presidente do Governo Regional, “o presidente da IROA já tinha sido dispensado de funções”.

A investigação judicial designada de operação Nortada arrancou em 2017 na sequência de suspeitas da “reiterada violação de regras de contratação pública, de urbanismo e de ordenamento do território”, com eventuais favorecimentos de privados e prejuízos para o erário público, segundo informação da Polícia Judiciária (PJ) divulgada em 2019.

Nesse ano, e devido a essa investigação, Alexandre Gaudêncio apresentou a demissão de líder do PSD/Açores, mas, em 2021, candidatou-se a um terceiro mandato na Câmara da Ribeira Grande, vencendo as eleições.

Na terça-feira, o social-democrata confirmou ter recebido a notificação da acusação do Ministério Público relativa à operação Nortada, mas não quis prestar declarações até a instrução estar concluída.

No entanto, o seu advogado indicou na quinta-feira que vai requerer a abertura de instrução do processo no prazo de 20 dias.

“Entendo que há matéria para abertura de instrução”, sustentou o advogado Paulo Linhares Dias em declarações à agência Lusa.

Últimas do País

O número de cidadãos estrangeiros a residir em Portugal quadruplicou em sete anos, com cerca de 1,5 milhões registados no final de 2024, segundo dados da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA).
Um homem, natural de Cabo Verde, ameaçou passageiros com uma faca de 41,5 cm na estação da Trindade, no Porto, sendo desarmado por um skate lançado por um dos presentes. Foi detido pela PSP e ficou sujeito a Termo de Identidade e Residência.
A maioria dos investigadores do Departamento de Genética Humana do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge tem mais de 50 anos, colocando em risco a continuidade da investigação sobre doenças genéticas e cancros hereditários, alertou a responsável do departamento.
Com 94 homicídios desde janeiro — mais do que os 89 de 2024 —, Portugal enfrenta uma escalada de crimes violentos. Dois estrangeiros foram mortos na Grande Lisboa na última quarta-feira, e a PJ já deteve um dos suspeitos.
A GNR deteve, no concelho de Vila Viçosa, um homem, de 51 anos, que estava foragido à justiça desde 2020, após ter sido condenado por violência doméstica e abuso sexual de menor, em Braga, foi hoje revelado.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve o suspeito do homicídio do turista americano em Cascais e de tentativa de homicídio de outro, com recurso a uma faca, na sequência de uma altercação na rua, adiantou esta polícia.
A Polícia Judiciária (PJ) da Guarda deteve uma mulher suspeita de dezenas de burlas através de investimentos em carteiras de cripto ativos, num valor de cerca de 1,8 milhões de euros.
A esmagadora maioria dos 133 professores alocados a Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) no ano passado e que regressaram agora às escolas já foi substituída, mas ainda faltam representantes da Educação e 10 das 313 comissões.
Polícias manifestam-se esta quinta-feira em Lisboa para denunciar o “desinteresse do Governo” na resolução dos problemas, um protesto organizado pelo Sindicato dos Profissionais da Polícia e que conta com a participação de outros sindicatos e da associação dos oficiais da GNR.
Um total de 153 pessoas foram detidas na Operação Neptuno VII, coordenada pela Interpol e realizada em postos de controlo fronteiriços de 20 países, entre os quais Portugal, entre julho e setembro, anunciaram as autoridades.