Bruxelas desvaloriza abrandamento em Portugal com sólido emprego e economia

A Comissão Europeia sublinhou hoje o “crescimento sólido do emprego” e o “elevado nível” de atividade económica em Portugal, desvalorizando a ligeira revisão em baixa para 2024, que se enquadra num abrandamento do Produto Interno Bruto (PIB) da zona euro.

© D.R.

 

“É claro que os desafios existem, mas vemos em Portugal um crescimento sólido do emprego e, no quadro geral, […] o facto de a União Europeia ter evitado a recessão é positivo, assim como o facto de alguns países como Portugal continuarem a registar um elevado nível de crescimento [da economia]”, disse o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni.

Falando em conferência de imprensa em Bruxelas, no dia em que a instituição projetou um crescimento económico para Portugal de 1,2% em 2024 e 1,8% em 2025 nas previsões económicas de inverno, Paolo Gentiloni justificou que o abrandamento da economia portuguesa se relaciona com o “abrandamento em toda a região”.

Ainda assim, o PIB de Portugal “ainda está a crescer a um ritmo forte”, adiantou o responsável europeu da tutela, respondendo a questões da Lusa.

Questionado na ocasião sobre os protestos dos agricultores da UE, em países como Portugal, o comissário europeu da Economia disse não antever, “no horizonte, qualquer perturbação da cadeia de abastecimento resultante desta situação”.

“Enquanto Comissão, estamos a ouvir e a agir em relação às questões que nos chegam dos agricultores”, concluiu o responsável.

A Comissão Europeia prevê que o PIB português cresça 1,2% em 2024 e 1,8% em 2025, uma revisão em baixa de uma décima para este ano, mas acima da média da zona euro e da União Europeia (UE).

Nas previsões económicas de inverno, contudo, Bruxelas coloca Portugal, entre os países da moeda única, com o segundo maior abrandamento do ritmo de crescimento entre 2023 e 2024 (1,1 pontos percentuais), apenas ultrapassado por Malta (1,5 pontos percentuais).

O executivo comunitário prevê que o crescimento do PIB português passe de 2,3% em 2023 para 1,2% em 2024 e 1,8% em 2025, quando nas previsões de outono projetava um crescimento para 2024 de 1,3%.

Também hoje a instituição reviu em baixa, pela terceira vez consecutiva, as perspetivas de crescimento da economia da zona euro, para 0,8% este ano na zona euro e 0,9% na UE, um “crescimento modesto” que recupera em 2025.

Últimas de Economia

Os cinemas portugueses ultrapassaram, em abril, a fasquia de um milhão de espectadores, o que representa um aumento de 58% face ao mesmo mês de 2024, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA).
O presidente executivo da EDP detalhou hoje que a E-Redes vai alocar 20% do investimento previsto de 1,6 mil milhões de euros até 2030 para reforço das redes, e que o impacto nas tarifas será “imaterial”.
As perdas devido a fraudes com cartões e transferências totalizaram 8,9 milhões de euros no primeiro semestre de 2024, acima dos cinco milhões de euros do primeiro semestre de 2023, segundo dados do Banco de Portugal.
As vendas a retalho aumentaram, em março, 1,5% na zona euro e 1,4% na União Europeia (UE), face ao mês homólogo e recuaram 0,1% em ambas na comparação mensal, divulga hoje o Eurostat.
As renegociações de crédito à habitação voltaram a recuar em março, para 430 milhões de euros, menos 39,6% em termos homólogos e 34 milhões de euros face a fevereiro, de acordo com dados hoje divulgados pelo regulador bancário.
O preço médio da eletricidade doméstica na União Europeia (UE) permaneceram praticamente estáveis, no segundo semestre de 2024, e acima dos níveis registados antes da crise energética de 2022, com Portugal a apresentar o maior aumento (14,2%).
O preço médio do gás doméstico na União Europeia (UE) aumentou, no segundo semestre de 2024, para 12 euros/100 kWh, com Portugal a apresentar o mais elevado (16,6 euros) em paridade de poder de compra, divulga o Eurostat.
O Governo prorrogou o prazo para a comunicação de faturas de abril até à próxima sexta-feira, depois da denúncia da Ordem dos Contabilistas relativamente a falhas persistentes no Portal das Finanças.
O Novo Banco aprovou uma redução do capital em 1.100 milhões de euros, que vai ser distribuído pelos acionistas, no valor de 2,20 euros por ação, foi hoje comunicado ao mercado.
A Deco avançou com uma ação judicial contra a Apple devido às sobretaxas de ‘streaming’ de música, acusando a tecnológica de abusar da sua posição no mercado, e exige que os consumidores sejam compensados.