Scholz adverte que um triunfo russo será mais caro do que apoiar Kiev

O chanceler alemão, Olaf Scholz, advertiu hoje, na Conferência de Segurança de Munique, que os custos de uma vitória russa seriam mais elevados em todos os aspetos do que custa o apoio à Ucrânia.

© Facebook de Olaf Scholz

 

“O preço político e financeiro que teríamos de pagar seria várias vezes superior ao nosso apoio à Ucrânia, agora e no futuro”, disse Scholz num discurso no fórum.

Segundo Scholz, uma vitória russa levaria a que a Ucrânia deixasse de ser um Estado livre e independente, destruiria a ordem de paz europeia, seria um golpe para a Carta das Nações Unidas e encorajaria outros autocratas como o Presidente russo a resolver os problemas pela força.

Por todas estas razões, Scholz afirmou que se deve perguntar se está a ser feito o suficiente para apoiar a Ucrânia, dois anos após o início da guerra.

Scholz reiterou que os países da NATO não querem um conflito com a Rússia, razão pela qual não estão a ser enviados soldados para a Ucrânia, mas disse que também é necessário mostrar a Putin que a aliança está em condições de defender “cada metro quadrado do seu território”.

Reiterou a importância de continuar a apoiar a Ucrânia, resumiu os contributos alemães e disse desejar que todas as capitais europeias tomem decisões como as que foram tomadas em Berlim.

“A ajuda militar alemã, já fornecida e planeada, ascende a 28 mil milhões de euros. Para este ano, disponibilizaremos 7 mil milhões e, no próximo ano, seguir-se-ão mais 6 mil milhões”, afirmou.

“Gostaria de ver decisões semelhantes em todas as capitais europeias e exorto os meus colegas a fazerem o mesmo”, acrescentou.

Scholz admitiu que não é fácil em lado nenhum e que também não tem sido fácil na Alemanha, pois há sempre vozes críticas que perguntam se este dinheiro não deveria ser gasto noutros objetivos.

“Moscovo reforça estas dúvidas com campanhas de desinformação e propaganda nas redes sociais”, afirmou.

Scholz recordou que os EUA contribuíram com pouco mais de 20 mil milhões de dólares para a defesa da Ucrânia, com um PIB de 28 biliões de dólares.

“Um esforço semelhante é o mínimo que todos os países europeus devem fazer. No final do dia, estamos a falar da maior ameaça à segurança do nosso continente, uma guerra na Europa, mesmo que essa guerra tenha consequências globais”, afirmou.

No início do seu discurso, Scholz alertou para o facto de, apesar de todas as perdas, as forças armadas russas estarem praticamente intactas e de Putin ter transformado a economia russa numa economia de guerra, o que constitui mais uma razão para aumentar a ajuda à Ucrânia.

No final, quis transmitir uma mensagem de otimismo e afirmou que Putin, que planeava conquistar a Ucrânia em poucas semanas, não conseguiu atingir os seus objectivos e que a Ucrânia conseguiu recuperar dois terços dos territórios ocupados.

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