Tribunal Constitucional considera ilegal suspensão de ex-porta-voz do PAN/Madeira

O Tribunal Constitucional (TC) deu razão ao ex-porta-voz do PAN/Madeira Joaquim Sousa numa ação que apresentou contra a comissão política nacional do partido, por ter decidido a sua suspensão de militante em setembro de 2023.

© Facebook de Joaquim José Sousa

 

O despacho do TC, divulgado na segunda-feira, refere-se à ação de impugnação da deliberação do conselho de jurisdição do PAN, que ratificou a sanção de suspensão preventiva aplicada a Joaquim Sousa pela comissão política nacional do partido em 28 de setembro de 2023, quatro dias após as eleições legislativas na Madeira.

O Tribunal considera que houve “ilegalidade” no processo que determinou a sua suspensão preventiva.

Em novembro de 2022, Joaquim Sousa tomou posse como líder da comissão política regional do PAN e, em julho de 2023, foi indicado como cabeça-de-lista às eleições regionais da Madeira, mas, em vésperas da entrega da candidatura no Tribunal Judicial da Comarca da Madeira, o partido anunciou a sua substituição por Mónica Freitas, justificando a decisão com “uma incompatibilidade”.

Mónica Freitas foi eleita e assinou um acordo de incidência parlamentar com a coligação PSD/CDS-PP, que ficou a um deputado da maioria absoluta, viabilizando o terceiro executivo liderado pelo social-democrata Miguel Albuquerque, agora em gestão devido à crise política provocada pela investigação de suspeitas de corrupção na Madeira, que implicou a demissão do executivo.

Em 29 de setembro de 2023, Joaquim Sousa decidiu demitir-se e desfiliar-se do PAN, mas avançou com uma ação de impugnação da deliberação tomada anteriormente pela comissão política nacional.

No despacho, o Tribunal Constitucional refere que decidiu “julgar procedente a ação de impugnação proposta, em consequência da ilegalidade da Comissão Política Nacional do partido Pessoas-Animais-Natureza que determinou a suspensão preventiva de Joaquim Batalha de Sousa enquanto filiado do partido”.

Numa nota envida à agência Lusa, Joaquim Sousa diz que, face à decisão do TC, espera que “as pessoas percebam agora que toda esta luta pela verdade não é o ressabiamento de um homem contra uma organização movido por um qualquer interesse pessoal”.

“Espero que compreendam que estão a acontecer situações extremamente graves dentro do PAN e que ter ficar calado significaria ser conivente com tantas ilegalidades”, reforça.

Já a direção do PAN anunciou, em comunicado, que vai recorrer da decisão do Tribunal Constitucional.

“A decisão não é definitiva, uma vez que ainda decorre o prazo de recurso e, como tal, não transitou em julgado”, lê-se na nota, adiantado que “o PAN, em respeito ao Estado de Direito e ao exercício pleno dos seus direitos, reafirma que não prescinde do direito de recurso que lhe assiste”.

Últimas de Política Nacional

A nova sondagem da Aximage revela que a AD venceria se as eleições fossem hoje com 26,2%, superando o PS que não iria além dos 24,9%.
O Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) foi aprovado com os votos favoráveis do PSD e CDS e com a abstenção do PS, como já estava previsto. Mas os deputados do CHEGA, não só votaram contra, como levantaram cartazes no final da votação, onde se podia ler: “este Parlamento perdeu a vergonha”.
O presidente do CHEGA considerou hoje que o Orçamento do Estado para o próximo ano (OE2025) "é mau" e representa "a continuidade do PS" e concluiu que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, "não serve" ao país.
Um programa nacional de literacia financeira para jovens e a garantia do ensino presencial e gratuito da língua portuguesa aos lusodescendentes que vivem em Malaca, na Malásia, foram duas propostas do CHEGA aprovadas na especialidade do Orçamento.
Elementos do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa chegaram à Assembleia da República pelas 11h20 para retirar os pendões colocados pelo CHEGA, mas quando se aproximaram das janelas as faixas foram recolhidas a partir do interior do edifício.
O CHEGA colocou vários pendões na fachada do edifício da Assembleia da República contra o fim do corte nos vencimentos dos políticos, que foi aprovado no âmbito do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).
“Vamos dizer a verdade, doa a quem doer. Abril esqueceu-se de criar cidadãos, mas deu invasão de propriedade, prisões políticas, nacionalizações e pobreza. Este é o verdadeiro Dia da Liberdade em Portugal.”
A manifestação do CHEGA contra a imigração descontrolada e insegurança nas ruas juntou, no sábado passado, milhares de pessoas no Porto, tal como aconteceu em Lisboa, em setembro. De bandeiras içadas do CHEGA e de Portugal, acompanhadas por faixas onde se podiam ler “nem mais um imigrante ilegal” ou “chega de bandalheira”, a Praça do Marquês na cidade invicta, pintou-se com as cores do partido liderado por André Ventura.
O Presidente do CHEGA afirmou, esta quinta-feira, que o seu grupo parlamentar irá abdicar do aumento salarial para políticos, decorrente do fim do corte salarial dos titulares de cargos políticos, em vigor desde a entrada da Troika em Portugal, algo sem precedentes.
O CHEGA considerou hoje que a declaração do primeiro-ministro na quarta-feira foi caricata e uma “trapalhada política”, enquanto o PAN considerou que Luís Montenegro não acautelou o princípio da separação de poderes.