Ordem dos Advogados defende proibição de manifestação do Porto contra imigração

A Ordem dos Advogados (OA) defendeu hoje que a manifestação de sábado no Porto contra a imigração, organizada pela direita radical, deveria ser proibida e "poderá resvalar" para a prática de crime de incitamento ao ódio e à violência.

© D.R.

 

Em comunicado, a Comissão de Direitos Humanos da OA assinala que, “sempre que qualquer manifestação pública ponha em causa o princípio da igualdade, pilar do Estado de Direito democrático, assente na dignidade da pessoa humana, impõe-se a sua restrição, leia-se a sua proibição”.

Segundo a Comissão de Direitos Humanos da OA, a manifestação “Menos Imigração, Mais Habitação”, organizada pelo grupo 1143 e autorizada pela PSP, “poderá resvalar para a prática de ilícito típico, o crime discriminação e incitamento ao ódio e à violência”.

“Um Estado de Direito democrático, inclusivo e moderno, não pode compactuar com manifestações de xenofobia, de desvalor pelo diferente, em expressões de nacionalismo bacoco que já nenhum Estado europeu sustenta”, assinala o comunicado, sublinhando que os imigrantes “não são os responsáveis pelo custo da habitação”.

A nota da Comissão de Direitos Humanos da OA adianta que “independentemente de quem quer que convoque tais manifestações, são os direitos humanos que se ofendem”.

As ruas da baixa do Porto vão ser no sábado palco de duas manifestações, uma contra a imigração organizada pela direita radical, e outra antifascista convocada pela associação Habitação Hoje, que arrancam com uma hora e meia de diferença.

A realização das duas manifestações teve o parecer positivo do Comando Metropolitano da PSP do Porto, que irá acompanhar os dois percursos.

O grupo 1143, que promove a manifestação contra os imigrantes e tem como porta-voz o militante de direita radical Mário Machado, convocou “todos os patriotas a marcarem presença” no Porto para mostrarem “oposição à invasão de imigrantes, principal razão para o aumento brutal do preço da habitação”.

A associação Habitação Hoje, que organiza a outra manifestação, pediu união “da classe trabalhadora, portuguesa e imigrante, contra o fascismo, o ódio e a desinformação”.

Últimas do País

Um homem é suspeito de ter matado hoje uma criança de 13 anos, morrendo de seguida numa explosão alegadamente provocada por si numa habitação em Casais, Tomar, num caso de suposta violência doméstica, informou a GNR.
O tribunal arbitral decretou hoje serviços mínimos a assegurar durante a greve dos trabalhadores da SPdH/Menzies, antiga Groundforce, marcada para 31 de dezembro e 1 de janeiro, nos aeroportos nacionais.
O Ministério da Administração Interna (MAI) disse hoje que foi registada uma diminuição das filas e do tempo de espera no aeroporto de Lisboa e que todos os postos têm agentes da PSP em permanência.
Quatro urgências de Ginecologia e Obstetrícia estarão fechadas na quarta-feira, número que sobe para cinco no Dia de Natal e seis na sexta-feira, dia de tolerância de ponto na administração pública, segundo o Portal do SNS.
Em 2026, será possível observar em Portugal em agosto um eclipse solar total, um fenómeno raro, que embora parcial em grande parte do país “terá bastante importância”, disse hoje o astrónomo Rui Jorge Agostinho.
Autoridade da Concorrência (AdC) está a investigar um alegado abuso de posição dominante no mercado nacional dos portais de anúncios imobiliários online, “envolvendo o principal grupo empresarial a operar neste segmento em Portugal”, indicou esta terça-feira em comunicado.
Portugal soma, desde o início do ano, 52 focos de gripe das aves, após ter sido registado um novo caso em Aveiro, indicou a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).
O Ministério Público vedou o acesso da Comunicação Social à averiguação preventiva que visou a empresa Spinumviva e o primeiro-ministro, alegando que o sigilo absoluto a que está sujeita só cessaria se tivesse sido aberto um inquérito.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) alertou hoje para os cuidados a ter por causa do frio, lembrando que a descida das temperaturas aumenta o risco de agravamento de doenças crónicas e pedindo à população que se proteja.
Um total de 332 pessoas com excesso de álcool e 120 sem habilitação para conduzir foram detidas em cinco dias pela PSP e GNR, no quadro das operações de vigilância rodoviária para o Natal e Ano Novo.