CHEGA admite votar contra proposta do Governo sobre descida do IRS e viabilizar a do PS

O presidente do Chega admitiu hoje que o seu partido poderá votar contra a proposta do Governo para reduzir as taxas marginais de IRS e viabilizar a do PS, alegando que é mais próxima da sua.

© Folha Nacional

Em conferência de imprensa na Assembleia da República, André Ventura disse não ter recebido “da parte do Governo, nem da bancada parlamentar do PSD, nenhuma negociação, proposta, contraproposta ou abertura em relação à alteração da legislação fiscal” e acusou o executivo e os sociais-democratas de demonstrarem arrogância, avisando que “não conduzirá a bons resultados no futuro”.

O presidente do CHEGA disse ter feito contactos institucionais que não tiveram “nenhuma resposta até agora”. Questionado se poderá votar contra a proposta do Governo, o líder do CHEGA afirmou que “há esse risco”. Sobre se poderá viabilizar o projeto de lei do PS, respondeu: “Se [a proposta] for positiva, admitimos, se ela diminuir os impostos, admitimos”.

“Neste momento admitimos tudo, porque queremos é baixar os impostos”, afirmou, argumentando que os portugueses “não querem saber” por que partidos a medida foi aprovada. O presidente do CHEGA disse ser “bizarro e caricato que a proposta do Chega e do PS tenham mais objetivos em comum do que a proposta do Governo da AD”, indicando que o seu partido e os socialistas “procuram reduzir os impostos sobre quem ganha menos”, enquanto a proposta do Governo “parece ir no sentido contrário, de querer beneficiar os que ganham mais”.

“O CHEGA vai lutar para que a proposta que mais baixe os impostos aos portugueses seja aprovada. E eu quero deixar bem claro ao Governo, não há nada que nos prenda. Se nós sentirmos que há uma proposta que baixa mais os impostos, viabilizaremos essa também”, alertou. André Ventura pediu ao Governo que “desça do pedestal e perceba que tem de negociar e que a direita chegue a uma proposta para baixar os impostos aos que ganham menos, e não aos que ganham mais”.

O líder do CHEGA quer que o executivo altere a sua proposta para “garantir que o impacto que há nos escalões de 1.000, 1.500 e 2.000 euros é o mais elevado” e “deixe de fazer favores aos mais ricos, que eles não precisam”. “Espero que haja bom senso da parte do Governo até ao final do dia de hoje para podermos chegar a uma proposta mais aproximada que beneficie sobretudo os que ganham até 2.000 euros brutos, que é a grande maioria do povo português”, apelou.

Na segunda-feira, quando apresentou a sua proposta, André Ventura disse que iria procurar “chegar a algum consenso” com a AD, a quem pediu “um sinal de boa vontade”, e indicou que, “caso haja total indisponibilidade, quer de PSD, quer de PS” para aprovar a sua proposta, o partido iria abster-se, justificando que não seria o CHEGA a “impedir que baixem impostos”. Uns dias antes, na sexta-feira, o líder do CHEGA tinha admitido votar a favor a proposta do Governo se nenhum outro diploma mais favorável aos contribuintes puder ser aprovado. Esta terça justificou que na altura “não havia outra proposta, hoje há outra proposta”.

Na sexta-feira, o Governo PSD/CDS-PP aprovou uma proposta de lei para reduzir as taxas marginais de IRS de todos os escalões, com exceção do 9.º, que se aplica a rendimentos coletáveis anuais acima de 81.199 euros. Esta proposta será apreciada no parlamento na quarta-feira.

O CHEGA propõe que os rendimentos até mil euros fiquem isentos de IRS e que haja um “reajuste dos escalões” para beneficiar quem aufere até dois mil euros. Já a proposta do PS mantém nos 13% a taxa do 1.º escalão de rendimentos, mas visa uma descida maior (entre 0,5 e 1,0 ponto percentual) nos três escalões seguintes.

Últimas de Política Nacional

André Ventura surge destacado num inquérito online realizado pela Intrapolls, uma página dedicada à recolha e análise de inquéritos políticos, no contexto das eleições presidenciais marcadas para 18 de janeiro.
Casas de moradores na Amadora foram indicadas, à sua revelia, como residências de imigrantes, uma fraude testemunhada por pessoas pagas para mentir, existindo casos de habitações certificadas como morada de largas dezenas de pessoas.
André Ventura reagiu esta sexta-feira à polémica que envolve várias escolas do país que optaram por retirar elementos natalícios das fotografias escolares, decisão que tem gerado forte contestação entre pais e encarregados de educação.
Os doentes internados e os presos podem inscrever-se para voto antecipado nas eleições presidenciais de 18 de janeiro a partir de segunda-feira, e o voto antecipado em mobilidade pode ser requerido a partir de 04 de janeiro.
O líder do CHEGA acusou hoje o Governo de incompetência na gestão da saúde e considerou que os utentes não podem ser sujeitos a esperar 18 horas numa urgência, e o primeiro-ministro reconheceu constrangimentos e antecipou que poderão repetir-se.
A Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMMT) decidiu abrir os cofres e fechar a transparência.
André Ventura reafirmou que pretende usar a Presidência da República como ponto de partida para uma mudança profunda no país.
As escutas da Operação Influencer abalaram o PS, expondo alegadas pressões, favores e redes internas de ‘cunhas’ que colocam Carneiro no centro da polémica e voltam a arrastar Costa para a controvérsia.
O Governo carrega no ISP e trava a fundo na queda que estava prevista no preço dos combustíveis. A promessa estala, a confiança vacila e Montenegro enfrenta a primeira fissura séria na sua credibilidade fiscal.
Catarina Martins voltou a dirigir insultos contundentes a André Ventura, acusando-o de ser “um bully político” que se comporta “como se estivesse no recreio da escola”.