Ventura pede fronteiras fortes e fim de “entrada massiva de imigrantes islâmicos”

O presidente do CHEGA, André Ventura, pediu hoje uma União Europeia com "fronteiras fortes" e sem "entrada massiva de imigrantes islâmicos e muçulmanos" e disse estar convencido de que será o próximo primeiro-ministro de Portugal.

© Folha Nacional

“Queremos fronteiras fortes em Portugal, em Espanha e na Europa toda. Porque a Europa é nossa”, disse Ventura, num discurso numa convenção do partido espanhol Vox, de direita radical, em Madrid, que reúne hoje na capital espanhola dirigentes da direita radical europeia e americana, na pré-campanha das eleições para o Parlamento Europeu de junho.

André Ventura defendeu que é preciso “dizer à Europa” que não é possível continuar a permitir a “entrada massiva de imigrantes islâmicos e muçulmanos”.

“Temos de dizer que não”, afirmou o líder do CHEGA, que conseguiu das maiores ovações das 10.800 pessoas reunidas hoje no pavilhão Vistalegre de Madrid, segundo um número fornecido pelo Vox.

Ventura assegurou que com estas reivindicações que fez hoje em Madrid não está “contra os direitos humanos” ou contra a ideia de que se pode e deve “proteger os que mais sofrem”.

“Somos os únicos que se levantaram para enfrentar o socialismo, o comunismo e o globalismo que infetou e envenenou a União Europeia”, disse o líder do CHEGA perante uma convenção em que participam também o espanhol Santiago Abascal, líder do Vox, a francesa Marine Le Pen (União Nacional), o ex-primeiro-ministro da Polónia Mateuwsz Morawiecki (Lei e Justiça, PiS) e, por videoconferência, os primeiros-ministros de Itália, Giorgia Meloni (Irmãos de Itália), e da Hungria, Viktor Orbán (Fidesz).

André Ventura disse estar convencido que entre estes nomes estão “muitos daqueles que no futuro vão liderar a Europa” e incluiu-se nesse grupo, afirmando acreditar que será o próximo primeiro-ministro de Portugal.

Além da imigração e das fronteiras, André Ventura referiu ainda “a ideologia de género” que considera haver nas escolas europeias e a corrupção que defende ser uma marca de governos socialistas.

Depois de mencionar os nomes do atual primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, e do anterior líder do Governo de Portugal, António Costa, Ventura disse que “os socialistas que governam e governaram” os dois países “criaram os governos mais corruptos da Europa”.

“Não podemos ter medo de dizer isto”, afirmou, antes de lamentar os “cordões sanitários” que a direita europeia quer impor a partidos como o CHEGA ou Vox e concluir que tanto o Partido Popular espanhol como o PSD português “são o mesmo”.

“Querem fazer cordões sanitários para os únicos partidos que defendem a liberdade, o futuro, os seus países, as suas culturas, a sua tradição cristã, que não têm medo de dizer, mesmo que nos digam o contrário, que um homem é um homem e uma mulher é uma mulher”, afirmou.

A direita radical europeia está reunida desde sábado em Madrid numa convenção do Vox e do grupo Conservadores e Reformistas do Parlamento Europeu que tem como convidado especial o Presidente da Argentina, Javier Milei.

Os partidos hoje reunidos em Marid não estão todos filiados no mesmo grupo no Parlamento Europeu, dividindo-se entre o ERC (Vox, Irmãos de Itália, PiS e, previsivelmente, após as eleições, Fidesz) e o Identidade e Democracia (ID, do CHEGA e União Nacional).

Todas estas forças são consideradas de direita radical ou nacionalistas conservadoras, com discursos frequentemente qualificados por adversários e académicos como xenófobos, focados na imigração e no controlo de fronteiras, entre outros temas.

“Nesta convenção será dada especial ênfase à importância da cooperação entre diversos grupos do Parlamento Europeu, com o fim de formar uma alternativa à deriva centralista e socialista da antiga maioria [no Parlamento Europeu]”, lê-se num comunicado do Vox divulgado na semana passada.

No final da convenção, André Ventura disse a jornalistas portugueses que, este ano, todas estas forças políticas “estão a lutar em toda a Europa no mesmo sentido” e que ECR e ID têm “pontes cada vez mais próximas”, com o objetivo de construírem “uma grande maioria” no próximo Parlamento Europeu “contra a agenda verde e em defesa da agricultura” e em “defesa de uma Justiça mais forte” e de “fronteiras contra a imigração ilegal”.

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