Marcelo e Montenegro quiseram tentar “esvaziar” o CHEGA na imigração

O presidente do CHEGA acusou hoje o Presidente da República e o primeiro-ministro de tentaram "conter" e "esvaziar" o seu partido na imigração e defendeu que os eleitores não serão influenciados por "nenhum teatro de revista mal feito".

© Folha Nacional

André Ventura disse que o Presidente da República “se apressou a promulgar” a alteração da lei de estrangeiros que acaba com o regime de exceção que permitia aos imigrantes regularizarem-se em Portugal através da figura jurídica de manifestações de interesse, e considerou que “isto só mostra duas coisas: a parolice enorme que aqui vai para tentar conter o CHEGA de qualquer maneira e, mesmo tentando contê-lo, estão a fazê-lo mal”.

O líder do CHEGA falava aos jornalistas antes de iniciar uma arruada em Coimbra, iniciativa inserida no programa da campanha para as eleições europeias, mas que não contou com o cabeça de lista, que estava a participar num programa de entretenimento da TVI.

Ventura recusou a crítica da cabeça de lista do BE, Catarina Martins, que acusou o chefe de Estado de “absoluta irresponsabilidade” por ter promulgado “num instante” o diploma do Governo com novas regras para a imigração.

“O Presidente da República não foi irresponsável, Catarina Martins também sabe que não foi irresponsável. Ela está nisto há algum tempo também e sabe bem que o que houve foi um acordo entre Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Montenegro”, uma “tentativa rápida de esvaziar qualquer coisa que o CHEGA pudesse dizer nesta matéria” e de o “conter eleitoralmente”, insistiu.

O líder do CHEGA criticou o Governo por não ter anunciado medidas que o CHEGA defende, como a expulsão do território nacional de quem “cometa crimes”, a limitação do acesso a apoios sociais para quem esteja há menos de cinco anos em Portugal e a introdução de quotas para a entrada de estrangeiros de acordo com as necessidades económicas do país.

Ventura disse que “era bom que [o Governo] tivesse esvaziado o CHEGA, era sinal que tinha apresentado medidas que resolveriam o problema da imigração do país, medidas que teriam controlado este fluxo migratório e medidas eficazes”.

E considerou que Marcelo Rebelo de Sousa e Luis Montenegro “acabam por ficar responsáveis a assinar um programa que não resolverá quase nenhum problema da imigração em Portugal”, defendeu, pedindo coragem.

Em campanha eleitoral para as eleições europeias de domingo, André Ventura defendeu também que “há um único partido em Portugal que quer controlar a imigração, chama-se CHEGA, e é isso que os portugueses vão escolher no domingo”.

“Se querem um partido que controle a imigração, votam no CHEGA, se acharem que não deve ser controlada a imigração e que é o que tem acontecido em Portugal está tudo certo, têm o PS, o PSD, o BE. Se quiserem mais imigrantes ainda têm o BE, o PCP, o Livre e todos esses que querem bar aberto das fronteiras portuguesas”, indicou.

O líder do CHEGA defendeu que “a escolha nunca foi tão clara” e que “ninguém vai votar ao engano”, salientando que “não é nenhum teatro de revista mal feito de Marcelo Rebelo de Sousa que vai levar as pessoas a mudar o seu sentido de voto”.

O presidente do CHEGA indicou ainda que o partido vai avocar estes diplomas para que sejam discutidos e votados pela Assembleia da República.

“Não será por nós que nenhuma medida urgente não entra em vigor, nós levaremos ao parlamento estas medidas, se necessário, avocando os decretos-lei do Governo, porque entendemos que esta é uma discussão que tem de ir mais longe, mais fundo e tem de ter medidas de fundo que não apenas remendos, porque a imigração está a tornar-se um problema muito sério”, anunciou.

Últimas de Política Nacional

O candidato presidencial André Ventura afirmou hoje que pretende participar na reunião do Conselho de Estado convocada para dia 09 de janeiro, mas renovou o apelo para que, “em nome da igualdade”, o encontro seja adiado.
O Presidente da República (PR) anunciou hoje a criação de centros de elevado desempenho na área de obstetrícia e ginecologia, esperando que venha a permitir respostas “sistemáticas e rigorosas” e que os “consensos mínimos” em termos laborais sejam uma realidade.
O candidato presidencial e líder do CHEGA, André Ventura, fez hoje um “apelo final” ao Presidente da República para que adie a reunião do Conselho de Estado para a semana seguinte à segunda volta das presidenciais.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, prometeu hoje a proibição dos maquinistas conduzirem sob o efeito do álcool, estupefacientes ou substâncias psicotrópicas.
O candidato presidencial e líder do CHEGA considerou hoje a mensagem de Natal do primeiro-ministro "pouco feliz e pouco empática" por não falar da situação na saúde, desafiando os seus adversários para um debate sobre o tema.
O conselho diretivo de cada Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) vai passar a ter cinco vice-presidentes indicados pelo Conselho de Ministros, segundo um decreto-lei publicado.
O Presidente da República criticou hoje a demora do parlamento em eleger os conselheiros de Estado, frisando que já espera há seis meses, e disse ter convocado uma reunião do órgão consultivo porque a Ucrânia “é um tema fundamental”.
Candidato presidencial recorre da decisão que manda retirar cartazes com a frase “Os ciganos têm de cumprir a lei” e acusa os tribunais de impor uma ‘mordaça’ à liberdade de expressão em campanha eleitoral.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou o Conselho de Estado para 9 de janeiro para analisar a situação internacional e, em particular, na Ucrânia. A informação consta de uma nota divulgada esta terça-feira no site da Presidência da República.
Exigir que todos cumpram a lei passou a dar multa. O Tribunal Local Cível de Lisboa mandou retirar os cartazes de André Ventura e proibiu o candidato presidencial de repetir a mensagem, numa decisão que Ventura considera ser censura política.