O Sindicato Independente Profissionais Enfermagem (SIPEnf) afirma em comunicado que “o cancelamento unilateral da reunião do Governo com os enfermeiros (…) contribui ativamente para degradação do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Contactado pela agência Lusa, o Ministério da Saúde adiantou que “foram adiadas as reuniões com sindicatos de enfermeiros que estavam agendadas para hoje”, acrescentando que, “para já, mantém-se na agenda de quarta-feira” a reunião com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
Para o Sindicato Independente Profissionais Enfermagem, a ronda de negociação cancelada torna “ainda mais urgente” a apresentação de “soluções concretas e imediatas” para, entre outras questões, a evolução da Tabela Salarial da Carreira de Enfermagem.
“Exigimos uma valorização salarial que reflita as competências e responsabilidades dos enfermeiros. A falta de valorização tem contribuído para a desmotivação dos profissionais, afetando negativamente a qualidade dos cuidados prestados no SNS”, refere o sindicato, avisando que não aceitará “mais promessas vazias” e reclama ações imediatas.
O SIPEnf também quer propostas para “uma melhor organização do tempo de trabalho”, garantindo melhores condições para os profissionais.
“A má organização tem levado ao esgotamento dos enfermeiros, resultando em erros e baixa qualidade no atendimento aos utentes. Exigimos mudanças concretas e rápidas para evitar o colapso dos serviços de saúde”, sublinha no comunicado.
O Ministério da Saúde também adiou as reuniões marcadas para esta semana com o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (Fnam), uma decisão criticada pelas estruturas sindicais.
Segundo o Ministério da Saúde, as reuniões com os sindicatos médicos foram adiadas devido a alterações na agenda da ministra e pelo trabalho que está a ser feito em colaboração com o Ministério das Finanças.
“A ministra da Saúde recebeu, no dia 21, uma convocatória para estar na Assembleia da República no próximo dia 28 de junho, para ser debatido o Plano de Emergência da Saúde, o que obrigou a alterações na respetiva agenda semanal”, afirmou no sábado numa resposta escrita à Lusa.
O Governo disse ainda que tem estado a trabalhar em várias medidas para procurar satisfazer algumas das reivindicações feitas ao Ministério da Saúde pelos vários sindicatos.