Requerimento para chamar PGR ao Parlamento é “aproveitamento político” do Bloco de Esquerda

A deputada Cristina Rodrigues explicou que a abstenção do CHEGA deve-se “ao facto de estes requerimentos não terem sido inocentes, mas decorrentes da realidade mediática destes últimos dias”.

© site do Ministério Público

A Procuradora-Geral da República (PGR)transmitiu disponibilidade para aceitar o convite para a audição, sendo certo que tal audição versará, entre outros temas, sobre o relatório anual de atividades do Ministério Público”. A garantia foi dada pelo gabinete de Lucília Gago, depois do parlamento ter aprovado o pedido do Bloco de Esquerda (BE), na quarta-feira, para ouvir a PGR, com abstenção do CHEGA.

Para o CHEGA, “é evidente que a PGR demonstra disponibilidade para efetivamente estar presente”. Em declarações à SIC Notícias, , a deputada Cristina Rodrigues explicou que a abstenção do CHEGA deve-se “ao facto de estes requerimentos não terem sido inocentes, mas decorrentes da realidade mediática destes últimos dias”.

“Por exemplo, o próprio Bloco de Esquerda mencionava no seu requerimento que desde 2019 não era publicado o relatório de atividades do Ministério Público, mas só agora, em 2024, é que se lembraram de fazer um requerimento para este efeito. Parece que há um aproveitamento político e, obviamente, uma vontade de pressionar o Ministério Público na sua atuação”, afirmou a deputada.

Foi a 24 de junho que o Bloco entregou um requerimento para prestar “os esclarecimentos que se revelem necessários”. Na iniciativa, subscrita pelo líder parlamentar do partido, Fabian Figueiredo, os bloquistas lembram que a procuradora-geral da República “termina o seu mandato em outubro deste ano, tendo já manifestado a sua indisponibilidade para continuar no cargo”.

Outra ideia, de acordo com entendimento maioritário dos deputados, é que a audição com Lucília Gago, em princípio, deverá decorrer à porta aberta. 

De acordo com a deputada Cristina Rodrigues, “o que importa esclarecer, sem nunca referir casos em particular, sobre os quais a procuradora não deve explicações, pois sabe qual é o seu trabalho e o que tem de fazer, é se a Assembleia da República sabe se a PGR tem efetivamente todos os meios necessários para o cumprimento das suas funções e se são necessários fazer ajustes a nível jurídico.”

“Ou seja, em termos números e factuais, de quem trabalha diariamente com investigação, o que é que faz falta para o cumprimento daqueles que são as suas funções”, finalizou.

Últimas de Política Nacional

O presidente da Assembleia da República decidiu hoje não remeter ao Ministério Público o caso da adulteração da assinatura da deputada socialista Eva Cruzeiro, considerando não atingir o patamar de crime, embora se trate de ato censurável.
André Ventura defende hoje em tribunal que os cartazes que visam os ciganos são uma mensagem política legítima cujas exceções ou retirada representaria um “precedente gravíssimo” e que os autores da ação pretendem um “julgamento político” da sua atividade.
O candidato presidencial André Ventura afirmou que Luís Marques Mendes está “condicionado”, considerando que as verbas recebidas pelos concorrentes a Belém como consultores não são uma questão menor.
A averiguação preventiva à Spinumviva, empresa da família do primeiro-ministro Luís Montenegro, foi arquivada na terça-feira, anunciou hoje a Procuradoria-Geral da República (PGR).
A Polícia Judiciária entrou esta terça-feira na Câmara de Mirandela e em empresas privadas para investigar alegadas ilegalidades em contratos urbanísticos. O processo envolve crimes de prevaricação e participação económica em negócio, com seis arguidos já constituídos.
André Ventura deixou claro que não está disposto a ceder no que entende serem valores essenciais, assegurando que não prescinde do seu direito à liberdade de expressão nem aceita qualquer imposição que limite a sua voz política.
O presidente da Assembleia da República decidiu hoje solicitar à Comissão de Transparência a abertura de um inquérito por "eventuais irregularidades graves praticadas" pela deputada do BE Mariana Mortágua por um gesto dirigido a Paulo Núncio.
André Ventura enfrenta hoje a Justiça por causa de cartazes de campanha que defenderam que 'Os ciganos têm de cumprir a lei'. O líder do CHEGA responde em tribunal num processo que volta a colocar frente a frente liberdade de expressão, discurso político e os limites da lei.
Enquanto a Polícia Judiciária o detinha por suspeitas de centenas de crimes de pornografia de menores e abusos sexuais de crianças, o nome de Paulo Abreu dos Santos constava, não num processo disciplinar, mas num louvor publicado no Diário da República, assinado pela então ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro.
O líder do CHEGA e candidato presidencial, André Ventura, disse esperar que o Tribunal Constitucional perceba que o “povo quer mudança” e valide a lei da nacionalidade, alegando que é baseada num “consenso nacional”.